Publicado em: 01/07/2013 às 20:00hs
A crítica foi feita em razão da decisão da Argentina de interromper a exportação de 370 mil toneladas de trigo para manter estoque de segurança no país, o que afeta diretamente o embarque do grão para o Brasil. A previsão é que haja restrições às exportações de trigo na Argentina até dezembro.
Risco previsível - Para Stephanes, esse era um risco previsível e que poderia ter sido evitado. “Em 2008 alertei o governo sobre a necessidade de incentivarmos a produção no Brasil. Consegui, com muito trabalho, convencer sobre a importância dessa política e lançamos o Plano Nacional do Trigo que tinha como meta aumentar em 25% a safra do ano seguinte. Reajustamos, inclusive, em 20% o preço mínimo. Infelizmente essa política foi totalmente abandonada”, afirmou.
Estratégica - O ex-ministro afirma que sob o ponto de vista técnico, a produção do grão é estratégica porque se trata de uma cultura de inverno que ajuda a proteger o solo e compõe melhor os custos de produção dos agricultores para as culturas de verão. “A resposta da produção é rápida e com um bom plano de incentivos, em três a cinco anos, o Brasil já pode alcançar a autossuficiência”, destaca.
Aumento de preços - Stephanes lembra que a consequência automática da interrupção das exportações da Argentina é o aumento de preços e, consequentemente, da inflação. Dados da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab) apontam que os consumidores do Paraná já estão pagando valor 35% maior pela farinha de trigo especial em comparação com o mês de junho de 2012.
Feijão - Ainda segundo o ex-ministro, o mesmo problema pode ocorrer com o feijão. No dia 24 de junho, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) cortou, até 30 de novembro, o imposto de importação sobre o feijão, em uma tentativa de aumentar a oferta e aliviar a pressão inflacionária. “Mais uma vez trata-se de uma cultura para a qual o Brasil tem todas as condições de ser autossuficiente. Falta apenas vontade política e um plano eficaz de produção”, concluiu.
Fonte: Assessoria de Imprensa do ex-ministro Reinhold Stephanes
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