Aveia, Trigo e Cevada

Trigo: Preços Caem com Avanço da Colheita Nacional e Oferta Global Abundante

Queda nos preços acompanha colheita acelerada e estoques elevados


Publicado em: 16/10/2025 às 20:00hs

Trigo: Preços Caem com Avanço da Colheita Nacional e Oferta Global Abundante
Foto: Paulo Pires

O mercado de trigo brasileiro registrou queda nos preços nos últimos meses, reflexo do avanço da colheita nacional e da ampla oferta internacional. Em setembro, a saca de 60 kg encerrou o mês em R$ 70,39, registrando recuo de 7% em relação ao mês anterior. Entre 1º e 13 de outubro, o cereal foi negociado a R$ 64,56/sc, mantendo a tendência de queda.

Os moinhos adotam postura cautelosa nas aquisições de trigo nacional, amparados por estoques internos confortáveis, o que contribui para a pressão sobre os preços.

Importações seguem firmes, principalmente da Argentina

Apesar da colheita em ritmo acelerado, as importações continuam consistentes. Em setembro, o Brasil trouxe 569 mil toneladas de trigo, sendo 87% da Argentina e 7% do Paraguai. A suspensão temporária das retenciones argentinas, entre 22 e 24 de setembro, favoreceu ainda mais a entrada do produto no mercado brasileiro.

Cenário externo mantém preços pressionados

No mercado internacional, os contratos de trigo Soft Red Winter em Chicago encerraram setembro com média de 514,64 centavos de dólar por bushel, alta de 0,9% frente a agosto, mas queda de 9,9% na comparação anual. O Hard Red Winter recuou 1,1% frente a agosto e 13,4% frente a setembro de 2024.

Na parcial de outubro, os preços continuaram caindo, atingindo USDc 498,50/bu em 10 de outubro, os menores patamares desde 2020, refletindo maior oferta global e redução na demanda.

Produção global segue em alta, Brasil apresenta retração

A safra mundial de trigo segue em trajetória de crescimento, com revisões positivas na Rússia e na Argentina. A consultoria SovEcon aumentou a estimativa da Rússia para 87,8 milhões de toneladas, graças a rendimentos recordes na Sibéria. Na Argentina, a Bolsa de Cereales projeta crescimento de 18,3%, atingindo 22 milhões de toneladas, superando a última estimativa do USDA de 20 milhões.

Apesar disso, a Conab revisou para baixo a safra brasileira de 2025, estimando 7,5 milhões de toneladas, queda de 4,5% em relação à temporada anterior, principalmente devido à redução da área plantada. A produtividade, entretanto, deve se manter favorável.

Colheita avança com bons resultados de produtividade

O progresso da colheita nos principais estados produtores é significativo: até 11 de outubro, São Paulo e Paraná já haviam colhido 90% e 60% da área, respectivamente. Os primeiros resultados indicam aumento de 21,8% na produtividade média, atingindo 3,1 toneladas por hectare, reflexo das condições climáticas favoráveis e manejo adequado das lavouras.

Fonte: Portal do Agronegócio

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