Publicado em: 26/06/2025 às 11:00hs
Apesar das intensas geadas registradas nos últimos dias, as lavouras de trigo no Rio Grande do Sul e Santa Catarina não sofreram prejuízos significativos. Segundo a TF Agroeconômica, no RS, as plantações ainda estão na fase inicial de desenvolvimento, chamada gramínea, que confere maior resistência ao frio. Porém, as chuvas persistentes atrasam o plantio e dificultam o avanço das atividades no campo.
A comercialização do trigo da safra antiga continua travada, com demanda restrita principalmente para embarques previstos para agosto. Os preços negociados variam entre R$ 1.330 e R$ 1.430, sem referências claras para julho. O mercado se surpreende com os valores baixos mesmo na entressafra, pressionando as margens dos moinhos, que enfrentam dificuldades para firmar novos contratos.
As vendas da safra nova ainda são tímidas, com forte queda na comercialização de sementes. A Conab projeta uma redução de 6,3% na produção de trigo no Rio Grande do Sul para a temporada atual.
Em Santa Catarina, as geadas também não causaram danos expressivos, pois os plantios são mais recentes ou tardios. Os preços permanecem estáveis nas regiões produtoras, com valores em torno de R$ 78,00 por saca em Canoinhas e Rio do Sul, e R$ 79,00 em Xanxerê.
Já no Paraná, a geada foi considerada a mais severa dos últimos 15 anos, atingindo áreas com trigo em fases mais avançadas, como frutificação e formação dos grãos. Técnicos alertam para possíveis prejuízos, que deverão ser avaliados nos próximos dias.
O mercado paranaense sofre com a forte oferta de trigo importado, especialmente da Argentina e do Paraguai, com valores CIF entre R$ 1.400 e R$ 1.500 por saca. Essa concorrência tem levado a uma queda média de 0,70% nos preços pagos aos produtores locais, que atualmente recebem cerca de R$ 78,70 por saca, conforme dados do Deral.
Apesar da redução, o lucro médio do produtor ainda está em torno de 7%, superior ao custo de produção estimado em R$ 73,53 por saca.
Fonte: Portal do Agronegócio
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