Publicado em: 23/06/2014 às 15:40hs
“Ao contrário do que foi divulgado não faltou semente de trigo da classe pão e, mesmo com os problemas de clima do ano passado, não houve necessidade de ampliar a quantidade de sementes que, tradicionalmente, o Paraná compra do Rio Grande do Sul”, afirma o gerente Técnico e Econômico da Ocepar e presidente da Câmara Setorial do Trigo, Flávio Turra.
Produção própria – De acordo com o Turra, as duas situações acima se justificam porque no Paraná mais de 90% da safra de trigo é realizada com sementes. “E na última safra, foram colhidas cerca de 2,8 milhões sacas de sementes de trigo, volume suficiente para atender a demanda interna, ou seja, não houve necessidade de compras adcionais de outros estados. Segundo Turra, as exceções no plantio com sementes compradas de fora envolvem a produção contratual entre algumas empresas e moinhos que atendem a mercados específicos. “Ou seja, as compras, quando ocorrem, são programadas e acontecem para atender a mercados específicos, os quais, por sua vez, são exigentes em termos de qualidade. Portanto, temos aqui três situações: as sementes que, eventualmente são compradas de outros estados, atendem aos requisitos industriais para a produção a qual se destinam, ou seja, não se pode colocar em dúvida a questão da qualidade; o volume adquirido é muito pequeno; e a maior parte do que foi comprado é de trigo da classe pão.
Então, é totalmente errado classificar toda a produção como de qualidade inferior, já que as sementes adquiridas atendem a uma demanda previamente estabelecida e visam atender a uma parcela pequena do mercado”, frisou Flávio Turra.
Trigo para pão – Em relação a informação de que “faltou sementes para trigo pão”, Flávio Turra também afirma que isto não aconteceu. “Por conta das geadas, o Ministério da Agricultura autorizou a inscrição de novos campos de produção de sementes. Isto permitiu que as empresas produtoras reprogramassem a sua produção de forma a atender a demanda de cada região, inclusive, aumentando significativamente a produção de sementes em relação à safra anterior. A semente produzida, nessa nova modalidade, atenderam a todos os requisitos estabelecidos pelo Ministério da Agricultura, ou seja, não houve falta de sementes e não houve prejuízos quanto a qualidade”, disse.
Clima – Por último, sobre a questão de que o “clima irá afetar a qualidade da produção”, Flávio Turra disse que isto também é questionável, porque se isto ocorrer será na fase de colheita, porém, ainda é muito cedo para fazer essa previsão. “O El Nino, fenômeno que se caracteriza pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico, promete um ano de chuvas acima da média e bem distribuídas, o que é favorável para o desenvolvimento das lavouras e para uma safra normal. Pode ser que, na época da colheita, o excesso de chuva atrapalhe, porém, ainda é cedo para afirmar isso”, ressalta Turra. Por enquanto, completa Turra, o que está acontecendo é um desenvolvimento normal das lavouras, o que significa que estão mantidas as estimativas quanto a produção e qualidade do trigo paranaense. “Atualmente, 75% da safra de trigo do Paraná está plantada, sendo que a estimativa é colher 4 milhões de toneladas. A estimativa é que 90% dessa produção seja de trigo da classe pão e superior”, conclui Turra.
Fonte: Ocepar
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