Aveia, Trigo e Cevada

Trigo no Sul do Brasil: Oferta elevada pressiona preços e mercado segue cauteloso

Preços recuam no Paraná e Rio Grande do Sul diante de excesso de oferta


Publicado em: 03/10/2025 às 11:40hs

Trigo no Sul do Brasil: Oferta elevada pressiona preços e mercado segue cauteloso
Foto: Embrapa

O mercado de trigo no Sul do Brasil mantém pressão devido à elevada oferta e à retração da demanda. Segundo a TF Agroeconômica, no Rio Grande do Sul há ofertas de R$ 1.050 por tonelada, mas sem compradores efetivos. O baixo volume exportado, que soma apenas 74 mil toneladas — muito abaixo da média histórica — reforça a liquidez limitada do produto.

Em dólar, os preços do trigo gaúcho estão em US$ 215 sobre rodas e US$ 225 FOB, levemente superiores aos US$ 220 da Argentina. Para dezembro, as indicações em reais caíram para R$ 1.180, com possibilidade de deságio de até 20% para trigo destinado à ração. Os valores pagos aos produtores também recuaram, chegando a R$ 68 por saca em Panambi, abaixo do observado no Paraná.

Santa Catarina: safra ainda em campo mantém mercado parado

Em Santa Catarina, a colheita ainda não avançou, mantendo o mercado interno praticamente parado. Os moinhos buscam abastecimento no Rio Grande do Sul ou em outros estados. Os preços CIF chegam a R$ 1.400, enquanto o preço da pedra registra R$ 69,33/saca em Canoinhas, R$ 63 em Chapecó e R$ 73 em Xanxerê. A oferta limitada, aliada a valores considerados baixos, dificulta a negociação local.

Paraná: colheita avançada e perspectiva de excedente

No Paraná, a colheita já avançou, aumentando o volume de negócios, com preços CIF entre R$ 1.200 e R$ 1.280, dependendo do frete. A média de preços pagos aos agricultores caiu 3,56% na última semana, enquanto o custo de produção atualizado pelo Deral em maio alcançou R$ 74,63/saca, ampliando o prejuízo teórico para -8,8%. Entretanto, o mercado futuro mostra oportunidades de lucro de cerca de 32%, indicando que o resultado financeiro depende do momento de venda.

O Boletim de Conjuntura Agropecuária do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) informou que o trigo iniciou outubro cotado a R$ 65/saca na maioria das praças paranaenses, com queda de 5% entre agosto e setembro (de R$ 75,10 para R$ 71,62), valores abaixo dos custos variáveis estimados em R$ 74,64/saca no terceiro trimestre.

A área plantada no Paraná foi reduzida em 25% diante das expectativas de preços baixos, totalizando 825 mil hectares e uma produção projetada de 2,68 milhões de toneladas. Com mais de 53% da safra já colhida, a oferta em setembro atingiu cerca de 1 milhão de toneladas, volume próximo à demanda mensal do Brasil, o que indica formação de excedente local ao final do mês.

Pressão de baixa deve continuar até novembro

Segundo analistas do Deral, a pressão baixista deve se manter em outubro, devido ao avanço da colheita no Paraná e à proximidade da safra no Rio Grande do Sul e na Argentina. A tendência se estenderá para novembro, mesmo após o término da colheita paranaense, principalmente devido à expectativa de boas produções no RS e na Argentina, onde o volume pode ultrapassar 20 milhões de toneladas.

Fonte: Portal do Agronegócio

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