Publicado em: 16/10/2025 às 11:20hs
O mercado de trigo continuou sem movimentação significativa no Rio Grande do Sul nesta quarta-feira (16), com compradores e vendedores sem consenso sobre preços. Segundo a TF Agroeconômica, os moinhos permanecem ausentes das negociações, e mesmo a exportação, que ofereceu R$ 1.180 por tonelada com pagamento em janeiro de 2026, não atraiu interessados.
Apesar de um leve aumento nas exportações, que totalizaram 190 mil toneladas, o volume é insuficiente para reduzir o excesso de oferta, mantendo o mercado sob forte pressão. Internamente, os moinhos esperam o cumprimento de contratos antigos, oferecendo entre R$ 1.050 e R$ 1.070 por tonelada nas regiões das Missões e Tenente Portela. Estima-se que ainda restem cerca de 2,4 milhões de toneladas de trigo gaúcho para comercializar, dificultando qualquer recuperação de preços.
Em Santa Catarina, a colheita começou de forma tímida, sem novos negócios registrados. Produtores pedem R$ 1.250 por tonelada FOB, mas os moinhos oferecem o mesmo valor CIF, travando as negociações. Os preços pagos aos triticultores variam de R$ 62 a R$ 70,50 por saca, apresentando recuo em algumas localidades.
No Paraná, os negócios estão desbalanceados entre regiões, com cotações entre R$ 1.230 e R$ 1.300 por tonelada. As chuvas recentes prejudicaram a colheita e afetaram a qualidade do grão, enquanto os preços ao produtor recuaram 2,52% na semana, ampliando o prejuízo médio para quase 13%. A TF Agroeconômica recomenda o uso do mercado futuro como alternativa para garantir melhores margens aos produtores.
Segundo o 1º Levantamento da Safra de Grãos 2025/26, divulgado nesta terça-feira (14) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção nacional de trigo está estimada em 7,698 milhões de toneladas. O volume é menor que o registrado na safra anterior, resultado de uma redução de 19,9% na área cultivada, motivada por condições menos favoráveis no momento da decisão de plantio.
Apesar da retração na área, o levantamento apontou avanço de 2,1% em relação à estimativa anterior, impulsionado pelo aumento da produtividade em Santa Catarina e Paraná, favorecido por condições climáticas adequadas até o momento.
No Rio Grande do Sul, principal produtor do país, as lavouras estão na fase inicial de maturação, com grande parte das áreas entre floração e enchimento de grãos. Já no Paraná, a colheita avança e se aproxima de metade da área cultivada. Em Goiás, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, a colheita foi concluída. A Conab continuará monitorando o desenvolvimento das lavouras até o encerramento da safra 2025.
Fonte: Portal do Agronegócio
◄ Leia outras notícias