Publicado em: 02/07/2025 às 16:00hs
A produção de trigo no Cerrado brasileiro está em plena expansão e tem despertado o interesse da indústria moageira nacional. A região conta com cerca de 3 milhões de hectares aptos para o cultivo de trigo de sequeiro e 500 mil hectares destinados ao trigo irrigado, o que representa um importante potencial de crescimento da produção nacional e um passo significativo rumo à autossuficiência do Brasil no cereal.
Um exemplo desse avanço vem de Goiás, onde a produção, que foi de 350 mil toneladas em 2024, deve ultrapassar 400 mil toneladas em 2025, consolidando o Cerrado como uma das principais novas fronteiras agrícolas para o cultivo de trigo no país.
Para apresentar esse potencial diretamente à indústria, a Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) promoveu, nos dias 16 e 17 de junho, a primeira edição do Giro Abitrigo – Cerrado, em Cristalina (GO). O evento reuniu cerca de 45 representantes de moinhos de todo o Brasil, com o objetivo de mostrar, na prática, a qualidade, a produtividade e o potencial de expansão da produção de trigo na região.
Durante a visita, os participantes puderam avaliar de perto as lavouras e discutir estratégias de abastecimento, considerando o crescimento da oferta local.
Representantes de importantes empresas do setor, como Nita Alimentos, Infasa e Ocrim, elogiaram a iniciativa e destacaram pontos positivos observados nas lavouras do Cerrado. Entre os principais destaques estão:
Além disso, os produtores locais ressaltaram que o trigo irrigado pode alcançar até 7 toneladas por hectare, além de contribuir para a melhoria do solo, favorecendo o desenvolvimento de outras culturas na mesma área, como soja e milho safrinha.
De acordo com o superintendente da Abitrigo, Eduardo Assêncio, a aproximação entre os moinhos e os produtores do Cerrado é estratégica. “Isso vai ajudar bastante os moinhos da Abitrigo a se posicionarem estrategicamente em relação aos seus negócios futuros, entendendo melhor como conduzir suas operações diante dessa nova movimentação e expansão da oferta de trigo”, afirmou.
Assêncio também destacou que o conhecimento das lavouras da região reforça a viabilidade de expandir a produção nacional do grão, o que contribuirá de forma significativa para a autossuficiência do Brasil no trigo, reduzindo a dependência de importações e fortalecendo o setor agrícola nacional.
O investimento no trigo cultivado no Cerrado não apenas representa uma nova alternativa para a indústria moageira, como também mostra um caminho viável para o crescimento da produção nacional. A qualidade do cereal, aliada ao alto potencial produtivo e aos benefícios agronômicos, torna a região um polo estratégico para o futuro do trigo no Brasil.
Fonte: Portal do Agronegócio
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