Publicado em: 15/08/2025 às 11:20hs
O mercado de trigo no Sul do Brasil mantém movimentação lenta, mesmo diante das perspectivas positivas para a safra. Dados da TF Agroeconômica indicam que, no Rio Grande do Sul, já foram negociadas 90 mil toneladas da nova colheita — sendo 60 mil destinadas à exportação e 30 mil aos moinhos.
Até o momento, não há registro de perdas por geadas, e a qualidade das lavouras é considerada excelente em 95% das áreas. O frio registrado entre o fim de julho e o início de agosto favoreceu o perfilhamento, elevando o potencial produtivo para cerca de 3 milhões de toneladas, superando o desempenho observado em 2024.
No mercado interno gaúcho, a valorização depende da qualidade e da localização. Trigos com menor dependência de importações argentinas podem alcançar R$ 1.350,00 no interior. As cotações mais comuns, no entanto, giram em torno de R$ 1.350,00 posto moinho nas regiões de Porto Alegre, Canoas e Serra; R$ 1.320,00 no centro do estado e R$ 1.280,00 em negócios pontuais.
As exportações programadas para dezembro caíram para R$ 1.250,00, com possibilidade de deságio de até 20% para trigo destinado à ração animal.
Em Santa Catarina, a nova safra ainda não registra negócios expressivos. O excesso de trigo vindo do Rio Grande do Sul tem impedido uma valorização local. Os preços pagos aos produtores oscilaram pouco ou recuaram, variando entre R$ 72,00 e R$ 79,00 por saca, de acordo com a região.
A Conab projeta queda de 6,3% na produção estadual, mesmo com o aumento da área plantada, devido à redução da produtividade.
No Paraná, as negociações à vista também permanecem lentas. Os preços no mercado spot recuaram para R$ 1.400,00 CIF, enquanto os contratos futuros estão na faixa de R$ 1.300,00 CIF para entrega a moinhos.
O trigo paraguaio foi negociado pontualmente a R$ 1.440,00 em moinhos do norte do estado. Aos produtores, o valor médio pago subiu levemente na semana, atingindo R$ 76,04 por saca. Apesar da alta, a margem de lucro média é de apenas 4,32%, bem distante dos 32,1% já oferecidos anteriormente pelo mercado futuro.
Fonte: Portal do Agronegócio
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