Publicado em: 04/08/2025 às 11:00hs
Os preços do trigo no mercado brasileiro permanecem estáveis há mais de um mês e devem continuar assim ao longo de agosto, quando se inicia a colheita no Paraná. De acordo com análise da consultoria TF Agroeconômica, os valores atuais estão alinhados aos registrados no início da safra passada. No entanto, a previsão é de que ocorra uma queda de aproximadamente 6,89% nos preços em outubro.
Mesmo com o recuo previsto, a rentabilidade para o produtor segue positiva nas entregas programadas para setembro (com margem de 13,84%) e outubro (4,24%). A partir de dezembro, no entanto, a margem tende a se tornar negativa, o que gera preocupação quanto à viabilidade econômica da manutenção dos estoques.
A TF Agroeconômica ressalta que o melhor momento para comercialização do trigo já ficou para trás. Vendas realizadas entre maio e julho de 2024, com base na cotação de Chicago para dezembro de 2025 ou durante os picos registrados em novembro de 2024 e março de 2025, teriam garantido lucros mais significativos. Atualmente, mesmo com a expectativa de valorização em fevereiro de 2026, os custos de armazenagem inviabilizam a espera prolongada.
A consultoria orienta que cooperativas invistam em capacitação técnica para oferecer melhores condições comerciais aos produtores. Isso pode ampliar a competitividade regional e proporcionar alternativas mais vantajosas no momento da venda.
Alguns elementos no mercado internacional exercem pressão de alta sobre os preços do trigo, entre eles:
No Brasil, o cenário também é incerto, com riscos climáticos como geadas e redução da área plantada. A projeção para a safra nacional 2025/26 varia entre 7,3 e 7,8 milhões de toneladas, ficando abaixo da registrada na temporada anterior.
Por outro lado, o trigo também enfrenta fatores de desvalorização. A colheita no Hemisfério Norte, responsável por cerca de 85% da produção mundial, eleva a oferta global. Além disso:
O mercado de trigo segue em um momento de equilíbrio frágil. Enquanto fatores internacionais e regionais colaboram para a estabilidade atual, a combinação entre custos e oferta pode alterar significativamente a rentabilidade nos próximos meses, exigindo atenção e estratégia dos produtores.
Fonte: Portal do Agronegócio
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