Publicado em: 13/08/2025 às 11:30hs
O mercado de trigo segue com baixa movimentação nas principais regiões produtoras do país, influenciado pela desvalorização internacional e pela variação cambial.
De acordo com a TF Agroeconômica, no Rio Grande do Sul, o trigo argentino com entrega prevista para dezembro de 2025 caiu R$ 52,34 por tonelada, o equivalente a R$ 3,14 por saca. Essa retração reflete a queda de US$ 6/t no valor FOB e a desvalorização de 1,08% do dólar.
No mercado interno, compradores oferecem cerca de R$ 1.350,00 posto moinho na região de Porto Alegre, Canoas e Serra, e R$ 1.320,00 no centro do estado. Negócios pontuais para embarque em agosto foram fechados a R$ 1.280,00.
No mercado externo, as cotações para dezembro recuaram para R$ 1.250,00. Em alguns casos, o trigo para ração chega a ser negociado com deságio de até 20%, diante da ausência de demanda dos moinhos.
Em Santa Catarina, as operações continuam travadas, limitadas ao atendimento de demandas imediatas. O excesso de trigo gaúcho no mercado mantém os preços entre R$ 1.330,00 e R$ 1.360,00 FOB, acrescidos de frete e ICMS. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta queda de 6,3% na produção catarinense, mesmo com o aumento da área plantada, devido à redução de 8,1% na produtividade.
No Paraná, a valorização do trigo importado é impulsionada pela queda do dólar e do preço do cereal argentino. No mercado spot, o valor recuou para R$ 1.400,00 CIF, enquanto no mercado futuro o preço ficou em R$ 1.300,00 CIF moinho. Negócios isolados também envolveram trigo paraguaio a R$ 1.440,00 CIF.
A previsão de geadas e a expectativa de chegada de mais trigo argentino devem manter a pressão sobre os preços internos.
Apesar do cenário de cautela, o levantamento semanal no Paraná mostrou leve alta na média de preços pagos aos produtores, passando de R$ 75,88 para R$ 76,04 por saca.
Com custo médio de produção estimado em R$ 72,89/saca, o lucro do triticultor subiu para 4,32%. Ainda assim, o retorno está muito abaixo dos patamares já oferecidos pelo mercado futuro ao longo do ano, que chegaram a 32,1%.
Fonte: Portal do Agronegócio
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