Aveia, Trigo e Cevada

Trigo enfrenta pressão no Sul, enquanto cevada garante boa rentabilidade aos produtores

Mercado do trigo segue pressionado pela oferta elevada no Sul


Publicado em: 14/11/2025 às 11:30hs

Trigo enfrenta pressão no Sul, enquanto cevada garante boa rentabilidade aos produtores
Foto: Odilon Kurtz

O mercado brasileiro de trigo permanece travado, especialmente na região Sul, onde a oferta elevada e a postura cautelosa dos compradores mantêm os preços contidos. De acordo com análise da TF Agroeconômica, os moinhos do Rio Grande do Sul têm priorizado compras pontuais, mesclando trigo da safra antiga e da nova para reduzir custos e evitando posições longas, o que mantém o ritmo de negócios limitado.

No estado, há disponibilidade abundante de cereal, fator que restringe qualquer avanço de preços no curto prazo. A consultoria avalia que a demanda mais consistente deve se concentrar entre janeiro e março, período em que o frete costuma ganhar peso nas decisões de compra. As indicações atuais seguem estáveis: R$ 1.020 no interior, R$ 1.140 em Canoas e Porto Alegre e R$ 1.150 na Serra.

Exportações e câmbio influenciam competitividade do trigo

A combinação de maior volume e qualidade inferior tem mantido o mercado gaúcho em paridade com a exportação. Os valores registram FOB em US$ 225 por tonelada e FAS em Rio Grande ao redor de US$ 216, acima do trigo argentino. Segundo a TF Agroeconômica, o cereal da Argentina ganhou competitividade com a queda recente do dólar, pressionando ainda mais o mercado interno. Em Panambi, o preço pago na pedra recuou para R$ 55.

Santa Catarina mantém ritmo lento de comercialização

Em Santa Catarina, o mercado de trigo continua praticamente paralisado. Apesar da oferta proveniente do Rio Grande do Sul e de São Paulo, os valores apresentados estão acima daquilo que os moinhos catarinenses estão dispostos a pagar. Assim, os negócios seguem restritos e os preços recebidos pelos produtores permanecem estáveis há semanas.

Trigo paraguaio e clima desafiam produtores no Paraná

No Paraná, a consultoria destaca que o trigo paraguaio chega ao estado com preços mais competitivos, pressionando ainda mais a comercialização local. As chuvas recentes sobre áreas ainda não colhidas prejudicaram a qualidade e a produtividade, mantendo as cotações próximas à paridade de importação. A média paga aos produtores subiu para R$ 64,12, mas continua abaixo dos custos atualizados, ampliando o prejuízo no curto prazo.

Cevada avança na colheita e se destaca pela rentabilidade no Paraná
Colheita acelera após melhora no clima

A cevada apresenta cenário mais favorável. Segundo o Boletim de Conjuntura Agropecuária do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura do Paraná, a colheita avançou rapidamente após a interrupção das chuvas. Entre uma semana e outra, o percentual colhido passou de 56% para 83%, com destaque para a região de Entre Rios, em Guarapuava.

Com a previsão de cinco dias seguidos de chuva a partir de 12 de novembro, muitos produtores intensificaram a colheita sempre que o clima permitiu.

Qualidade preservada mesmo após umidade elevada

Apesar da preocupação inicial com os impactos da alta umidade, o Deral informa que foram poucos os casos de lavouras prejudicadas. A qualidade da cevada foi preservada, e o produto segue atendendo às exigências da indústria.

Cevada garante margens positivas em 2025

O relatório também reforça que a cevada apresentou desempenho econômico superior ao do trigo em 2025. Com contratos firmados a preços vantajosos, a boa produtividade deve resultar em margens positivas para grande parte dos produtores.

Em janeiro, a saca foi negociada a R$ 84,93, subindo para uma média de R$ 92,08 em fevereiro — valores cerca de 29% superiores aos preços atuais, garantindo boa rentabilidade aos agricultores que fixaram preços antecipadamente.

Fonte: Portal do Agronegócio

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