Publicado em: 02/07/2025 às 11:00hs
O mercado de trigo atravessa momentos distintos entre o cenário interno brasileiro e o internacional. No Sul do Brasil, os preços seguem pressionados e o plantio da safra 2025 avança lentamente. Já na Bolsa de Chicago, os contratos futuros encerraram o mês com forte valorização técnica, impulsionados pela cobertura de posições vendidas e pela queda do dólar.
No Sul do Brasil, a movimentação do mercado de trigo permanece limitada, com pouca demanda, preços em queda e moinhos retraídos nas compras. Segundo dados da TF Agroeconômica e CEPEA, os valores da safra velha caíram no Rio Grande do Sul e no Paraná, comportamento atípico para esta época do ano.
Os principais fatores que pressionam os preços:
No Rio Grande do Sul, o plantio da nova safra está estagnado em cerca de 40% da área estimada, que não deve ultrapassar 1 milhão de hectares. O atraso é causado pelas chuvas frequentes, que dificultam o avanço das máquinas no campo.
No mercado externo, o trigo tipo BRL 12% teve seu preço de exportação recuado para US$ 226 por tonelada, o equivalente a R$ 1.277,00, mas os moinhos continuam ausentes das negociações. No mercado interno, a saca de 60 kg em Panambi (RS) segue em R$ 70,00.
Em Santa Catarina, apesar da boa oferta de trigo, principalmente oriundo do RS, o ritmo de moagem e reposição de estoques segue lento.
Nas principais praças catarinenses, os preços pagos ao produtor estão praticamente estáveis:
O cenário é de cautela, com expectativa por melhoria no clima e possível retomada da demanda nas próximas semanas.
Na Bolsa de Chicago (CBOT), os preços do trigo encerraram a sessão com forte alta, impulsionados por:
Apesar da alta, os ganhos foram limitados pelo avanço da colheita no Hemisfério Norte e pela oferta global abundante.
Segundo o relatório trimestral do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA):
Enquanto o mercado brasileiro segue cauteloso, aguardando melhores condições climáticas e sinais de recuperação da demanda, o ambiente internacional mostra volatilidade, com influências cambiais e estratégias especulativas que impulsionam os preços, ainda que sob o peso da ampla oferta global.
Fonte: Portal do Agronegócio
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