Publicado em: 03/10/2025 às 20:00hs
O mercado brasileiro de trigo encerrou setembro em baixa, com queda média de 5,2% nas cotações. O Paraná liderou a retração, registrando desvalorização de 10,7% no mês. No Rio Grande do Sul e em Minas Gerais, os preços caíram 4%, enquanto em Goiás a queda foi de 3,8%.
Segundo o analista e consultor da Safras & Mercado, Elcio Bento, a redução mais acentuada no Paraná está relacionada ao avanço da colheita e à transição dos preços da safra antiga para os da nova. No Rio Grande do Sul, onde os trabalhos ainda não começaram, os valores permanecem atrelados à safra anterior.
“Em Minas Gerais e Goiás, a colheita está praticamente concluída, e os ajustes de preços já haviam ocorrido em meses anteriores”, explicou Bento. Além disso, o mercado sofreu pressão da fraqueza das cotações internacionais do trigo e da desvalorização do dólar frente ao real.
No estado, apesar de boa produtividade e qualidade em parte das lavouras, os preços seguem pressionados pelas importações. A safra é pequena e cerca de metade das lavouras ainda está no campo, sujeita a riscos climáticos. O desafio nos próximos meses será equilibrar a oferta interna com o volume importado sem comprometer a atratividade do cultivo para a próxima safra.
Segundo a Emater/RS, o cenário das lavouras de trigo no Rio Grande do Sul permanece favorável, com elevado potencial produtivo. Atualmente, 13% das áreas estão em desenvolvimento vegetativo, 37% em floração, 40% em enchimento de grãos e 10% em maturação.
Na safra anterior, apenas 16% das lavouras estavam em maturação neste mesmo período. O tempo seco e a luminosidade favoreceram fases críticas do desenvolvimento, como floração e enchimento de grãos, acelerando a maturação fisiológica das espigas em áreas mais precoces. O manejo fitossanitário foi intensificado de forma preventiva, principalmente em regiões com histórico de doenças fúngicas.
De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral), até 29 de setembro, 53% da área cultivada no Paraná havia sido colhida. O plantio da safra 2024/25 ocupou 824,9 mil hectares, volume 25% menor que os 1,106 milhão de hectares de 2024.
As lavouras estão distribuídas entre crescimento vegetativo (1%), floração (11%), frutificação (37%) e maturação (51%). Quanto às condições, 90% são consideradas boas, 9% médias e 1% ruins. Para 2025, a produção projetada é de 2,678 milhões de toneladas, aumento de 15% frente às 2,324 milhões de toneladas de 2024, com produtividade média estimada em 3.258 kg/ha, superior aos 2.139 kg/ha registrados na safra anterior.
Fonte: Portal do Agronegócio
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