Publicado em: 15/12/2025 às 17:00hs
A safra mundial de trigo deve alcançar um recorde de 837,8 milhões de toneladas na temporada 2025/26, segundo estimativa divulgada pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O aumento expressivo da oferta tem impactado diretamente o mercado internacional, ampliando os estoques e pressionando as cotações em bolsas e contratos futuros.
De acordo com análise da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (CEEMA), os estoques finais globais estão projetados em 274,9 milhões de toneladas, o que representa acréscimo de 14,9 milhões de toneladas em relação ao ciclo anterior.
O aumento na produção e a recomposição dos estoques globais limitam a recuperação dos preços, especialmente para os países exportadores. Segundo o CEEMA, a maior disponibilidade de trigo no mercado internacional tem reduzido o interesse dos compradores e favorecido um cenário de competição acirrada entre exportadores.
A Argentina é um dos principais destaques, com colheita estimada em 25,5 milhões de toneladas, a maior da história do país. O desempenho consolida os argentinos como grandes fornecedores globais, ampliando a oferta na América do Sul e acentuando a pressão sobre os preços internacionais.
Na Bolsa de Chicago (CBOT), as cotações do trigo encerraram a semana cotadas a US$ 5,34 por bushel, mantendo uma tendência de queda. Segundo analistas, as estimativas robustas de produção e os estoques elevados sustentam a pressão vendedora e diminuem o apetite dos compradores por preços mais altos.
Com a ampla oferta internacional, o Brasil deve importar cerca de 7,3 milhões de toneladas de trigo em 2025, principalmente da Argentina e de outros grandes fornecedores. A entrada do cereal importado tende a manter os preços domésticos mais baixos, o que beneficia a indústria moageira, mas penaliza o produtor nacional, que enfrenta margens mais estreitas.
No curto prazo, o cenário global indica continuidade da pressão sobre os preços. Apenas fatores climáticos adversos ou problemas logísticos poderiam alterar essa dinâmica e sustentar uma reação nas cotações.
Fonte: Portal do Agronegócio
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