Publicado em: 25/07/2025 às 10:40hs
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) projeta que a produção global de trigo na safra 2025/26 atingirá um recorde histórico de 809 milhões de toneladas. Esse crescimento é puxado principalmente pelos grandes países produtores. O consumo mundial acompanhará esse ritmo e deverá superar o volume da safra anterior.
Mesmo com a alta produção, os estoques finais globais de trigo devem diminuir pelo sexto ano consecutivo, ficando em 262,8 milhões de toneladas. Em contrapartida, as exportações globais devem se manter elevadas, estimadas em 215,3 milhões de toneladas, volume superior ao da temporada anterior.
Com a oferta elevada, a concorrência entre os exportadores se intensifica, pressionando os preços futuros do trigo na Bolsa de Chicago (CBOT). A volatilidade cambial e o cenário geopolítico, incluindo políticas protecionistas como tarifas impostas pelos EUA, seguem influenciando o mercado. Além disso, a tendência de baixa nos preços do milho — substituto do trigo na alimentação animal — exerce pressão para queda nos valores do trigo.
Nos EUA, a produção prevista é de 52,3 milhões de toneladas, 3% abaixo do ciclo anterior. Já os estoques finais americanos crescem 7%, para 24,4 milhões de toneladas. O preço médio ao produtor está estimado em US$ 5,40 por bushel, ligeiramente inferior ao último ciclo.
Com a maior oferta interna e o dólar mais fraco, o trigo norte-americano se torna mais competitivo no mercado internacional. As exportações dos EUA podem chegar a 22,4 milhões de toneladas, o maior volume desde 2020/21, porém a disputa com concorrentes como União Europeia e Rússia será decisiva para esse resultado.
No Brasil, a elevada oferta global e a concorrência internacional mantêm a pressão sobre os preços domésticos, que devem permanecer baixos. De acordo com o Itaú BBA, o produtor brasileiro provavelmente enfrentará margens apertadas novamente na safra 2025/26, sem perspectivas claras de recuperação no curto prazo.
Fonte: Portal do Agronegócio
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