Publicado em: 27/09/2021 às 16:40hs
No começo de setembro uma forte chuva de granizo impactou de forma negativa lavouras de grãos de inverno no norte do Rio Grande do Sul. Em Ijuí o escritório regional da Emater/RS estimou as perdas em trigo em um volume superior a sete mil hectares. No entanto as culturas vem em recuperação. Segundo os dois últimos boletins conjunturais divulgados pela Emater, válidos para os períodos compreendidos entre 6 a 19 de setembro, as chuvas contribuíram para a recuperação da umidade dos solos e foram importantes para o desenvolvimento do trigo, que sofreu com estiagem no começo do ciclo. Em algumas localidades, os ventos fortes acarretaram em acamamento.
Em Ijuí, as plantas seguem com bom desenvolvimento, recuperando a área foliar e com excelente fitossanidade. Produtores realizaram prevenção com fungicidas, manejo baseado nos prognósticos climáticos que sinalizavam grandes volumes de chuvas. Produtores objetivam garantir a proteção nas plantas contra doenças no período de alta umidade, evitando infecção do fungo giberela no aparelho reprodutivo das plantas em floração. Nas localidades onde as precipitações foram mais intensas, houve acamamento de plantas em reboleiras, devido à densidade da semeadura estar acima da ideal; ainda assim, o acamamento não compromete o potencial produtivo. O menor tamanho das plantas de trigo devido à baixa umidade do solo em julho e agosto está facilitando o desenvolvimento de plantas invasoras como azevém e aveia preta.
Na regional de Santa Rosa, 2% das lavouras se encontram em desenvolvimento vegetativo e perfilhamento, com altura e porte menor que o normal devido à baixa umidade do solo durante o período de crescimento e desenvolvimento das plantas – 35% em florescimento, 58% em enchimento dos grãos e 5% em maturação. Durante a semana houve rápida evolução no enchimento de grãos, finalizando o ciclo nas áreas implantadas com variedades de ciclo médio. Nas de ciclo curto, finaliza o enchimento de grãos e inicia a maturação. Já nas de ciclo curto de implantação tardia, a fase é de floração e início de enchimento de grãos. A volta da chuva foi muito importante para as lavouras em florescimento e formação de grãos. Entretanto, a alta umidade do ar conjugada à pouca insolação aumentou a infestação de doenças fúngicas que reduzem a área fotossintética das folhas.
No acompanhamento das equipes técnicas da Emater/RS-Ascar, foi observado aumento nos índices de doenças nas folhas de trigo, principalmente manchas foliares. A evolução da doença ocorreu muito rapidamente, havendo um déficit na aplicação dos produtos devido à dificuldade de acesso às lavouras.
Na regional de Bagé, parte dos produtores aproveitou a melhoria na condição de umidade nos solos para realizar adubação nitrogenada em cobertura. Nas localidades em que se manteve o excesso de umidade, triticultores aguardam a redução para as aplicações de fungicidas. Em geral, são bons o desenvolvimento vegetativo e o perfilhamento das plantas.
Na Campanha, ocorreu granizo em algumas lavouras, com danos ainda não quantificados. Na Fronteira Oeste, em Maçambará, a maior parte das lavouras está protegida de doenças foliares e apresenta excelente aspecto sanitário. Nos 23.500 hectares cultivados, inicia o florescimento das lavouras semeadas em maio, que correspondem a 2% da área cultivada.
Na regional de Frederico Westphalen, 50% das lavouras se encontram em enchimento de grãos. Em geral, os cultivos estão muito bons e sinalizam ótima produtividade, apesar das chuvas fortes e dos ventos que causaram acamamento em algumas áreas. Esse resultado é fruto da estratégia adotada pelos produtores que optaram por semeaduras tardias, em atenção ao prognóstico no período de plantio que previa um inverno úmido e com possibilidade de geadas em agosto.
Nas de Passo Fundo, Erechim, Soledade, Pelotas, Erechim e Santa Maria, o retorno da umidade dos solos favoreceu avanços no desenvolvimento das lavouras. O estado fitossanitário é satisfatório. Entretanto, após as intensas chuvas de 13 a 14/09, a conjugação de dias nublados, alta umidade relativa do ar e de solo encharcado impediu os tratamentos culturais. Onde é possível, produtores realizam controles preventivos. Em algumas localidades nas quais os ventos foram mais fortes, ocorreu acamamento nas lavouras.
No levantamento semanal da Emater/RS-Ascar no Estado, o preço médio do trigo se manteve inalterado em relação à cotação da semana anterior, de R$ 81,29/sc. Já o preço do produto disponível em Cruz Alta teve uma redução de 4,54% em relação ao da semana passada, alcançando o valor de R$ 84,00/sc.
Fonte: Agrolink
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