Aveia, Trigo e Cevada

Produtividade desigual do trigo marca reta final da colheita e mantém mercado travado no Sul do Brasil

Variações climáticas e diferentes níveis tecnológicos resultam em contrastes na produção gaúcha, enquanto preços permanecem estáveis e negociações seguem lentas no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.


Publicado em: 12/12/2025 às 11:00hs

Produtividade desigual do trigo marca reta final da colheita e mantém mercado travado no Sul do Brasil
Foto: Gilson Abreu
Colheita do trigo no Rio Grande do Sul chega ao fim com grandes contrastes regionais

A colheita do trigo no Rio Grande do Sul está praticamente concluída, restando apenas cerca de 1% das áreas a serem colhidas, concentradas em regiões de maior altitude, como o Planalto e os Campos de Cima da Serra, onde o ciclo da cultura foi mais prolongado.

De acordo com levantamento da Emater, divulgado pela TF Agroeconômica, os resultados desta safra mostram fortes desigualdades na produtividade entre as regiões, reflexo direto das condições climáticas irregulares e dos níveis distintos de investimento tecnológico dos produtores.

As melhores produtividades, acima de 3.500 kg por hectare, foram observadas em Caxias do Sul, Passo Fundo e Erechim, regiões que contaram com manejo mais intensivo e clima favorável, preservando o potencial produtivo. Já as áreas de Frederico Westphalen, Ijuí, Lajeado, Pelotas, Santa Maria, Santa Rosa e Soledade apresentaram rendimentos intermediários, entre 2.700 e 3.300 kg/ha, considerados satisfatórios, mas mais sensíveis às variações de tempo.

Preços do trigo gaúcho permanecem estáveis e negócios seguem lentos

No mercado gaúcho, os preços do trigo para moagem continuam variando entre R$ 1.100,00 e R$ 1.150,00 por tonelada, posto nos moinhos locais. No porto, o grão é cotado a R$ 1.180,00 para dezembro e R$ 1.190,00 para janeiro.

O trigo destinado à ração animal apresenta valores próximos: R$ 1.120,00 em dezembro e R$ 1.130,00 em janeiro, segundo a TF Agroeconômica. Já o preço ao produtor está em torno de R$ 54,00 por saca na região de Panambi, sinalizando estabilidade no encerramento da temporada.

Santa Catarina registra mercado desaquecido com moinhos em recesso

Em Santa Catarina, o mercado segue em ritmo lento, com os moinhos se preparando para férias coletivas e operando apenas com volumes já contratados. As negociações ocorrem de forma pontual, com pequenos lotes entre R$ 1.100,00 e R$ 1.120,00 FOB e indicações de compra de R$ 1.130,00 a R$ 1.150,00 CIF, ainda sem grande interesse comprador.

Os preços pagos ao produtor catarinense variam de acordo com a região, entre R$ 60,00 e R$ 66,00 por saca, mantendo-se estáveis em meio à baixa movimentação de final de ano.

Paraná encerra o ano com cotações firmes, mas negócios pontuais

No Paraná, o ritmo de comercialização também é moderado, com os preços mantendo estabilidade. As indicações giram entre R$ 1.170,00 e R$ 1.180,00 CIF nos Campos Gerais e em Curitiba, podendo chegar a R$ 1.250,00 CIF no Norte do estado, conforme a TF Agroeconômica.

Mesmo com o mercado travado, os valores se mantêm firmes, refletindo o equilíbrio entre a oferta ajustada e a demanda moderada neste encerramento de safra.

Fonte: Portal do Agronegócio

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