Publicado em: 24/09/2025 às 11:30hs
O mercado de trigo no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná registra queda nos preços e baixa liquidez. Segundo a TF Agroeconômica, as negociações seguem pontuais, pressionadas tanto pela indústria moageira quanto pela proximidade da entrada do trigo argentino no mercado brasileiro.
Na semana, os preços pagos aos produtores caíram cerca de 3,87%, chegando a R$ 70,50 por saca. O valor está abaixo do custo de produção atualizado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), estimado em R$ 74,63. Assim, os triticultores enfrentam perdas médias de 5,5% caso optem por vender no momento, apesar das oportunidades no mercado futuro permanecerem restritas.
No Rio Grande do Sul, os últimos negócios para a safra nova foram fechados em torno de R$ 1.150 por saca no interior, para trigos com PH 78, FN 250 e Don 1.500. Compradores isolados chegam a mencionar valores próximos a R$ 1.100, mas vendedores resistem em aceitar.
O trigo argentino deve desembarcar no porto de Rio Grande em 27 de setembro, com preços ainda indefinidos, estimados entre US$ 261 e US$ 265 por saca. Já a cotação da “pedra” em Panambi caiu para R$ 68,00, alinhando-se ao mercado paranaense.
Em Santa Catarina, a oferta de trigo local é praticamente inexistente, o que leva os moinhos a recorrerem ao produto do Rio Grande do Sul. Os preços variam entre R$ 66,00 em Chapecó e R$ 76,00 em São Miguel do Oeste, registrando estabilidade ou leves quedas em outras praças do estado.
No Paraná, a desvalorização do trigo argentino e a baixa do dólar reduziram os preços do cereal importado. As cotações CIF variam entre R$ 1.250 e R$ 1.300 por saca, com alguns negócios pontuais alcançando R$ 1.350, dependendo da distância do vendedor.
O cenário segue volátil, com produtores enfrentando custos de produção acima dos preços de venda e moinhos atentos tanto à chegada da safra nova quanto às condições de importação. A tendência é que os próximos ajustes dependam da entrada do trigo argentino e da oscilação cambial, fatores que devem manter o mercado regional cauteloso nos próximos dias.
Fonte: Portal do Agronegócio
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