Publicado em: 11/08/2025 às 11:30hs
O mercado brasileiro de trigo está acompanhando o padrão sazonal previsto, com queda nos preços futuros durante o período de colheita. No Paraná, a colheita deve ocorrer da segunda quinzena de agosto até o final de setembro, enquanto no Rio Grande do Sul vai da segunda quinzena de outubro até o fim de dezembro, segundo análise da TF Agroeconômica. Essa “barriga de baixa” nos preços ocorre devido ao excesso de oferta nesse intervalo, embora possa ser revertida se chuvas prejudicarem a colheita em ambas as regiões.
Para os vendedores, a orientação é aproveitar os preços atuais, que estão acima do esperado para o período da colheita. Já para os compradores, o momento mais vantajoso para adquirir trigo costuma ser justamente durante a colheita, quando os preços tendem a ser mais baixos. A partir de fevereiro de 2026, espera-se uma valorização significativa, impulsionada pela redução da oferta na nova temporada.
Entre os elementos que devem sustentar a alta futura estão os dados do USDA, que apontam um aumento de 25% nas vendas semanais de trigo dos EUA para a safra 2025/2026, com a Nigéria como principal destino. Contudo, no curto prazo, o cenário brasileiro é menos favorável, com poucos fatores positivos, a não ser a possibilidade incerta de chuvas durante a colheita no Paraná, o que poderia afetar a qualidade do trigo.
A queda dos preços está relacionada às tensões comerciais globais e à entrada de trigo do Hemisfério Norte no mercado internacional, especialmente da França e Rússia, que vêm aumentando suas projeções de produção e exportação. No Brasil, o estoque acumulado e a oferta disponível no Rio Grande do Sul mantêm os preços pressionados. Recentemente, o Paraná registrou queda de 1,58% nos preços, enquanto o Rio Grande do Sul manteve estabilidade, conforme dados do Cepea.
Na Bolsa de Chicago, o preço do trigo para o contrato mais próximo caiu na semana de 1º a 7 de agosto, segundo a Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema). A cotação atingiu US$ 5,08 por bushel no dia 6, recuperando-se levemente para US$ 5,18 no dia seguinte, mas ainda abaixo dos US$ 5,23 da semana anterior. A média de julho foi de US$ 5,40 por bushel, repetindo o desempenho de junho.
Nos Estados Unidos, a colheita do trigo de inverno alcançava 86% da área até 3 de agosto, perto da média histórica de 87%. Já o trigo de primavera tinha apenas 5% colhido, abaixo dos 9% médios. As condições das lavouras de primavera eram avaliadas em 48% boas a excelentes, 35% regulares e 17% ruins a muito ruins.
No mesmo período, os EUA embarcaram 599.595 toneladas de trigo, volume que atingiu o limite superior das expectativas. O total exportado no ano comercial atual soma 3,9 milhões de toneladas, 9% acima do ano anterior.
Fonte: Portal do Agronegócio
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