Publicado em: 05/08/2025 às 11:10hs
O mercado do trigo no Brasil registrou mais um mês de desvalorização. Segundo dados do Cepea, julho marcou o terceiro mês consecutivo de queda nos preços do cereal, influenciado principalmente pelos menores valores da paridade de importação, que segue em baixa devido aos preços internacionais e à cotação do dólar.
Além disso, a liquidez no mercado interno continua limitada. Os moinhos seguem priorizando o trigo importado, enquanto os produtores concentram-se na conclusão do plantio da nova safra e no acompanhamento do desenvolvimento das lavouras.
Confira as médias mensais de preços do trigo em julho, em valores deflacionados pelo IGP-DI:
Apesar da queda nos preços, o mercado começa a apresentar movimentações pontuais, com foco na safra 2025. A TF Agroeconômica destaca que, no Rio Grande do Sul, as negociações são seletivas e se concentram em compras para agosto e setembro. Os valores variam de acordo com a qualidade do produto, localização e condições de pagamento.
Os preços praticados para trigos que substituem o argentino no interior chegam a R$ 1.380,00 por tonelada, embora esses negócios sejam esporádicos. Na região metropolitana de Porto Alegre e Serra, as indicações giram em torno de R$ 1.380,00, enquanto no centro do estado estão em torno de R$ 1.350,00. Algumas negociações pontuais envolvem trigo de boa qualidade por R$ 1.300,00/t.
Exportadores também atuam com ofertas para trigo padrão moagem da safra 2025, com entrega prevista para dezembro e pagamento em janeiro de 2026, a R$ 1.300,00/t sobre rodas no porto. Estima-se que cerca de 4% da safra futura já esteja comprometida.
Em Santa Catarina, os moinhos continuam operando com estoques, realizando apenas compras para reposição. O trigo do Rio Grande do Sul, ofertado entre R$ 1.330,00 e R$ 1.360,00 FOB, pressiona os preços locais. Outro fator é a maior competitividade do trigo importado via porto de Paranaguá, que vem superando o produto paranaense.
A nova safra ainda não tem preços definidos no estado, e há relatos de queda de até 20% na venda de sementes. A Conab projeta uma redução de 6,3% na produção catarinense, mesmo com o aumento da área plantada.
No Paraná, os moinhos estão abastecidos até setembro ou outubro e aguardam a entrada da nova safra para reavaliar preços. As ofertas atuais estão em torno de R$ 1.450,00 CIF, mas os vendedores ainda resistem em negociar abaixo desses valores.
Para a safra futura, há compradores oferecendo R$ 1.450,00 para outubro e R$ 1.350,00 para novembro, mas o mercado permanece travado. Os preços pagos aos produtores caíram 1,55% na última semana, com a média da saca em R$ 75,88. O custo de produção está estimado em R$ 72,89, o que ainda proporciona uma margem de lucro, embora apertada.
Fonte: Portal do Agronegócio
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