Publicado em: 17/03/2014 às 12:00hs
Na sua propriedade localizada em Tibagi, a cerca de 50 km de Carambeí, a produtividade em 300 hectares (ha) de soja caiu de 70 sacas/ha na safra 2012/13 para 16,6 sacas/ha, uma quebra de 76,4%.
Nas áreas de milho e feijão, bem menores comparadas com a oleaginosa, também houve quebras: 40% e 50%, respectivamente. No total, o prejuízo foi de R$ 1,2 milhão, sendo mais de R$ 900 mil só com a soja. "Nunca vi uma soja morrer desse jeito, já passei por muitas quebras e geadas, mas dessa vez foi diferente. Acabei colhendo o que sobrou porque o preço estava bom e porque tinha uma parte da safra vendida no mercado futuro e tinha que cumprir com esse compromisso", explica Wolter.
O produtor é associado à Batavo, que este ano trabalha com uma quebra de 20% entre seus cooperados na região. Ele explica que dessa vez tentou entrar em contato com algumas seguradoras para fechar um contrato para a soja, mas ao se deparar com diversas dificuldades e empecilhos na negociação, optou por arriscar e trabalhar sem seguro. "Hoje eu me arrependo, mas vale dizer que sempre fazemos seguro para a safra de inverno e nunca para a de verão. Depois do que passei, certamente isso vai mudar a partir da safra 2014/15."
Ele explica que como tem crédito com a cooperativa, vai voltar a plantar forte nos próximos meses. No inverno, geralmente Wolter investe no trigo - 50% da área total de 700 hectares - e também nas aveias branca e preta. Porém, dessa vez ele vai apostar todas as suas fichas apenas no trigo. "Não vai faltar dinheiro aos cooperados, mesmo quem perdeu terá crédito liberado. Vou balizar minha produção pelo teto do seguro e fazer uma recuperação de receita sem rotação de culturas. No ano que vem, vou usar a mesma estratégia, mas com a soja", relata ele.
Vale comentar ainda que no ano passado Wolter havia investido em maquinário, como tratores e equipamentos para agricultura de precisão. Ele também sofreu com uma quebra na safra do trigo devido a três geadas, algo em torno de 30%. "Se plantar o trigo dentro do zoneamento, e sempre com seguro, é difícil perder. Agora, em relação a novos investimentos em maquinário, vou segurar. Vou apostar apenas na lavoura focando uma recuperação. Creio que ela vai acontecer." (V.L.)
Fonte: Folha Web
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