Aveia, Trigo e Cevada

Paridade de importação mantém mercado de trigo pressionado e com poucos negócios no Brasil

Movimentação fraca e queda nos preços dominam o mercado brasileiro de trigo


Publicado em: 23/05/2025 às 18:40hs

Paridade de importação mantém mercado de trigo pressionado e com poucos negócios no Brasil

O mercado de trigo no Brasil encerrou a semana com baixa liquidez e preços em queda, impactado principalmente pela paridade de importação. Segundo análise da consultoria Safras & Mercado, a redução no custo do trigo importado e a recente desvalorização da soja estimularam produtores a escoar o cereal de inverno no início da semana. Aproveitando esse movimento, compradores reduziram os valores ofertados, o que gerou um descompasso entre as propostas de compra e venda e, consequentemente, diminuiu o volume de negócios.

Trigo importado ganha competitividade e limita recuperação dos preços

De acordo com o analista Luiz Bento, a escassez de trigo no mercado interno tem deixado os preços sujeitos à competitividade do produto importado. Além disso, a proximidade da colheita no Hemisfério Norte e a ampla oferta do trigo argentino no mercado internacional dificultam qualquer perspectiva de valorização expressiva no cenário global. Com o câmbio relativamente estável, a tendência é de que o mercado doméstico continue pressionado.

Negociações pontuais nas principais praças produtoras

No mercado interno, os negócios seguem pontuais. No Rio Grande do Sul, compradores iniciaram ofertas em torno de R$ 1.300 por tonelada, enquanto produtores resistem em aceitar valores abaixo de R$ 1.400. Pequenos lotes chegaram a ser negociados por cerca de R$ 1.350, após concessões de ambas as partes.

Já no Paraná, os moinhos mostraram interesse de compra a R$ 1.500 por tonelada, mas os produtores mantêm as pedidas próximas de R$ 1.600. Segundo Bento, os moinhos estão abastecidos até o final de junho e enfrentam um mercado de farinha em retração, o que aumenta a atratividade do trigo importado.

Preços acumulam queda de até 8% no mês

As principais regiões produtoras do Brasil registraram queda acumulada de aproximadamente 8% nos preços do trigo em relação ao mês anterior. A recente alta nos preços das bolsas norte-americanas gerou certa cautela entre os produtores brasileiros, que passaram a apostar em uma possível recuperação do mercado. No entanto, a estabilidade nos preços do trigo argentino revela o ceticismo do setor em relação à sustentabilidade dessa valorização, especialmente diante da proximidade da colheita nos Estados Unidos.

Avanço do plantio na Argentina está abaixo da média

Na Argentina, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires informou que o plantio da safra 2025/26 já cobre 3,4% dos 6,7 milhões de hectares projetados — um atraso de 10 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano passado e de 4 pontos frente à média das últimas cinco safras.

Já a Bolsa de Cereais e Produtos de Bahía Blanca (BCP) projeta aumento de 5% na área plantada na região, chegando a 1,66 milhão de hectares. A produção esperada é de 4,6 milhões de toneladas, um avanço de 12% em relação à safra anterior, com produtividade média estimada em 3.000 quilos por hectare.

Fonte: Portal do Agronegócio

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