Publicado em: 25/08/2025 às 10:45hs
Com população estimada em 411 milhões de habitantes, o Oriente Médio — incluindo países da Ásia Ocidental e o Egito, no norte da África — permanece altamente dependente de importações de trigo. A oferta da região é abastecida principalmente por exportadores do Mar Negro, o que reforça a vulnerabilidade local a choques de mercado e instabilidades políticas. Egito, Irã, Turquia, Iraque e Arábia Saudita estão entre os maiores consumidores e importadores, cada um enfrentando desafios próprios de produção e abastecimento.
Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a safra de trigo egípcia em 2025/26 deve alcançar 9,3 milhões de toneladas, frente a importações estimadas em 13 milhões. O consumo interno deve atingir 20,4 milhões de toneladas, impulsionado pelo rápido crescimento populacional: o país deve passar de 107 milhões para 124 milhões de habitantes até 2030, de acordo com a agência estatal CAPMAS.
Apesar de limitações estruturais, como escassez de água e avanço da urbanização, o Egito segue como o maior importador global. A inflação de pães e derivados apresentou forte desaceleração, caindo de 47% em fevereiro de 2024 para 7,2% em fevereiro de 2025, reflexo da maior estabilidade cambial.
No Irã, a produção de trigo deve atingir 13 milhões de toneladas, abaixo dos 16 milhões registrados no ciclo anterior, segundo o Conselho Internacional de Grãos. As importações estão projetadas em 2,5 milhões de toneladas, com destaque para a forte presença do trigo russo.
Mesmo em meio às tensões geopolíticas com Israel, o governo iraniano assegura que o programa estratégico de compras internas segue em funcionamento. Na última primavera, mais de 3,8 milhões de toneladas foram adquiridas de produtores locais.
A safra turca deve alcançar 18,5 milhões de toneladas, afetada por condições de clima seco. Apesar da produção menor, o consumo continua alto, já que o pão permanece central na dieta local. Contudo, mudanças demográficas e o aumento da renda da população têm reduzido a demanda per capita.
A produção de trigo no Iraque está estimada em 5 milhões de toneladas, contra 6,3 milhões no ciclo anterior. As importações devem chegar a 2,1 milhões de toneladas. Embora o governo tenha declarado autossuficiência recentemente, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) alerta para perdas de produtividade ligadas à baixa precipitação. O país conta com estoques estratégicos de 5,5 milhões de toneladas, que oferecem certa estabilidade no abastecimento.
Na Arábia Saudita, a produção local deve crescer 25%, alcançando 1,5 milhão de toneladas. Já as importações devem cair para 3,2 milhões. O consumo, estimado em 4,6 milhões de toneladas, segue em expansão, impulsionado pelo setor de alimentação fora do lar, em ritmo acelerado por megaprojetos de infraestrutura, turismo religioso e lazer.
Fonte: Portal do Agronegócio
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