Publicado em: 13/01/2014 às 09:30hs
O clima extremamente frio no Canadá ainda não está causando problemas para as safras de trigo de inverno do país. "A safra está claramente protegida. Há muita neve", afirmou Jake Davidson, diretor executivo do Winter Cereals Canadá.
De acordo com ele, a cobertura de neve, que ajuda a proteger as lavouras das baixas temperaturas, está mais que adequada. O tempo deve esquentar em meados de janeiro em algumas áreas produtoras, mas as oscilações de temperatura não devem causar problemas, contanto que a neve não derreta, diz Davidson.
As plantações devem continuar em boas condições durante todo o inverno. Os produtores do oeste do Canadá semearam 1,155 milhão de acres com trigo de inverno, sendo 525 mil acres em Saskatchewan, 435 mil acres em Manitoba e 195 mil acres em Alberta, de acordo com dados da Statistics Canada.
Argentina
Na Argentina, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires reduziu a estimativa para a safra de trigo 2013-2014 de 10,35 milhões de toneladas para 10,1 milhões de t. A revisão considera os baixos rendimentos dos cultivos nas áreas produtoras mais castigadas pela estiagem, no sudoeste da província de Buenos Aires e ao sul da província de La Pampa. Porém, em grande parte da principal região produtora, centro e oeste de Buenos Aires e norte de La Pampa, os rendimentos foram superiores ou confirmaram projeções iniciais da safra, conforme detalhou relatório semanal da instituição, divulgado nesta quinta-feira. A estimativa da bolsa supera a do Ministério de Agricultura, que disse esperar uma safra de 9 milhões/t.
A província de Buenos Aires é responsável por quase metade da produção de trigo nacional, e a colheita está praticamente concluída. A bolsa informou que 98% da safra plantada em 3,6 milhões de hectares já foi coletada, um avanço semanal de 13,7 pontos porcentuais.
Apesar do forte calor e da estiagem que castigou a Argentina nas últimas semanas, a bolsa de Buenos Aires manteve as estimativas para as áreas cultivadas com soja - 20,45 milhões de hectares - e com milho - 3,3 milhões de hectares. No caso da soja, a implantação das lavouras atinge 90,9% da área projetada, com um avanço semanal de 3,7 pontos porcentuais, mesmo índice da temporada anterior.
"Por sorte, nos últimos sete dias foram registraram abundantes precipitações nas regiões do Norte e Noroeste, que repõem a umidade superficial e melhoram as condições", comentou a bolsa. No caso do milho, a implantação atingiu "82,8% da área projetada, com um avanço semanal de 5,7 pontos porcentuais e um atraso de mais de 5 pontos na comparação com o ano anterior", observou o relatório.
"A falta de umidade na superfície impediu o produtor de realizar uma adequada implantação do cereal", afirmou o relatório, em referência à estiagem verificada em dezembro, em áreas como o Norte e Noroeste do país, Centro-norte de Santa Fé e Centro-Oeste de Entre Ríos. A Argentina é o terceiro maior produtor e exportador de milho e de soja e primeiro em óleo e farelo de soja.
Técnicos da bolsa de cereais de Buenos Aires explicaram que a onda de calor neste início do ano e a estiagem de dezembro afetaram o milho porque chegou em sua fase de desenvolvimento. Mas a soja conseguiu driblar as intempéries climáticas mais severas porque a implantação começou um pouco depois do cereal e a onda de calor pegou a oleaginosa em seu estado vegetativo.
Fonte: ESTADÃO CONTEÚDO
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