Aveia, Trigo e Cevada

Mercado do trigo segue travado no Sul do país com moagem reduzida e pouca demanda

No Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, moinhos operam com cautela e importações seguem mais competitivas; produtores enfrentam margens apertadas e preços variáveis


Publicado em: 25/07/2025 às 11:20hs

Mercado do trigo segue travado no Sul do país com moagem reduzida e pouca demanda
Foto: Gilson Abreu
Rio Grande do Sul: moagem reduzida e foco na demanda imediata

O mercado de trigo no Sul do Brasil segue em ritmo lento, com os moinhos mantendo a cautela nas compras. No Rio Grande do Sul, a moagem continua reduzida devido às margens apertadas enfrentadas pelas indústrias. As aquisições estão sendo feitas para atender apenas à demanda imediata, com os preços variando conforme a qualidade e a localização do grão.

O trigo argentino spot está cotado a US$ 272 por tonelada, nacionalizado, o que equivale a cerca de R$ 1.465,56 posto no porto de Rio Grande, sem contar o frete até o interior. Negócios pontuais estão sendo realizados em torno de R$ 1.300 por tonelada para trigo de boa qualidade, com embarque previsto para agosto e pagamento em setembro.

O trigo local tem sido oferecido a R$ 1.380 posto moinho nas regiões de Porto Alegre e Serra, e a R$ 1.350 no centro do estado. Já o preço da saca no mercado físico (pedra) em Panambi segue estável, a R$ 70,00.

Santa Catarina: mercado praticamente parado e queda na venda de sementes

Em Santa Catarina, a comercialização também é lenta. O mercado segue praticamente parado, com o trigo do Rio Grande do Sul sendo amplamente ofertado entre R$ 1.330 e R$ 1.360 (FOB), o que impede a valorização do produto local.

O trigo importado pelo porto de Paranaguá continua sendo mais competitivo do que o paranaense, reforçando a pressão sobre os preços. Na safra nova, agricultores relatam queda de até 20% nas vendas de sementes, enquanto a Conab projeta uma redução de 6,3% na produção estadual.

Os preços da saca no mercado físico variam entre R$ 72,00 e R$ 79,00, conforme a região.

Paraná: paralisação de moinhos e margem de lucro apertada para o produtor

No Paraná, o cenário também é de mercado travado. Moinhos têm interrompido suas atividades diante da baixa demanda. O trigo tipo 1 está sendo pedido a R$ 1.500 (FOB), mas compradores estão oferecendo R$ 1.450 (CIF), o que tem dificultado a concretização de negócios.

O trigo importado da Argentina e do Paraguai está sendo negociado entre US$ 271 e US$ 278, dependendo do porto de entrada.

Apesar da lentidão, a média de preços pagos aos agricultores subiu ligeiramente para R$ 77,19 por saca. Isso representa uma margem de lucro estimada em 4,98%, superior ao custo médio de produção calculado em R$ 73,53, conforme dados do Departamento de Economia Rural (Deral).

Com moagem reduzida, estoques abastecidos e pressão da concorrência externa, o mercado do trigo no Sul do Brasil segue travado. Os produtores enfrentam margens apertadas e incertezas quanto à valorização do grão, enquanto as indústrias mantêm uma postura conservadora diante da fraca demanda.

Fonte: Portal do Agronegócio

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