Publicado em: 21/11/2025 às 11:30hs
Os contratos futuros de trigo na Chicago Board of Trade (CBOT) registraram novas quedas, impulsionados por uma oferta doméstica elevada nos EUA e expectativas de colheitas maiores no exterior. Por exemplo, o trigo brando (SRW) para dezembro fechou com recuo de 1,82% (-9,75 cents) a 527,00 bushels. Já o contrato para março caiu 1,59%, fixando-se em 540,75 bushels. No mercado de Kansas (HRW) o contrato de dezembro recuou 1,75% a 506,50, enquanto em Minneapolis (HRS) a queda foi de 1,46% a 572,75.
Na Europa, o contrato de trigo para moagem da Euronext sofreu baixa de 0,53%, cotado a 189,25 euros por tonelada.
Esse movimento desde já era esperado, segundo analistas, dado o avanço das safras globais. O International Grains Council (IGC) projetou acréscimo de 3 milhões de toneladas na produção mundial, puxado por estimativas revisadas para Argentina e Cazaquistão. A consultoria russa SovEcon elevou sua previsão para a safra da Rússia, reforçando o cenário de oferta farta.
Na vertente da demanda, apesar de rumores de compras por parte da China, os dados oficiais informaram apenas 132 mil toneladas negociadas — volume considerado baixo para sustentar os preços frente ao excesso de oferta. Ainda segundo exportadores americanos, os contratos comprometidos até o início de outubro somavam 14,8 milhões de toneladas — nível inferior à média histórica para o período. O ritmo das vendas, a competitividade do trigo russo e novas revisões de oferta seguem como vetores que limitam qualquer recuperação expressiva dos preços no curto prazo.
Enquanto o mercado internacional sofre com abundância, o cenário brasileiro se apresenta mais desafiador. Dados recentes apontam que a produção nacional de trigo poderá cair cerca de 2% para o ciclo 2025/26, segundo a consultoria StoneX, especialmente afetada por clima adverso em estados como Rio Grande do Sul e Paraná.
Esse quadro alimenta a necessidade de importações, uma vez que a produção interna ainda não atende à demanda nacional, estimada em torno de 11-12 milhões de toneladas por ano. Dados do Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam que a safra de 2023/24 do Brasil foi projetada em cerca de 10,42 milhões de toneladas — ligeiramente abaixo da safra anterior, mesmo com expansão da área plantada.
A oferta insuficiente local torna o país mais vulnerável a preços internacionais, fretes e riscos logísticos.
Fonte: Portal do Agronegócio
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