Publicado em: 07/07/2025 às 11:05hs
O mercado brasileiro de trigo atravessa um período de indefinições, marcado por expectativa de uma safra menor, estoques limitados no Sul do país e forte influência do cenário internacional. Segundo a consultoria TF Agroeconômica, mesmo com a recente redução nas estimativas dos estoques globais de trigo pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) — de 141,83 para 138,16 milhões de toneladas —, os volumes ainda permanecem acima dos registrados no ano passado. Isso tende a manter os preços internacionais em níveis mais baixos, o que afeta negativamente o Brasil, especialmente devido às importações oriundas da Argentina.
Para os produtores brasileiros, uma possível alternativa está na negociação antecipada por meio do mercado futuro. A cotação do trigo para julho de 2026 na Bolsa de Chicago (CBOT) apresenta uma valorização de 10,46% em relação ao contrato de julho de 2025. Embora isso não represente uma garantia de alta, pode ser uma oportunidade de antecipar vendas com melhores preços.
A produção brasileira projetada para 2026 é de 7,30 milhões de toneladas, inferior às 7,88 milhões previstas para 2025. Esse recuo deve aumentar a necessidade de importações entre fevereiro e agosto de 2026, elevando os preços internos e aproximando-os da paridade de importação.
Alguns elementos continuam sustentando um viés de alta para o trigo:
Apesar dos fatores de sustentação, o mercado ainda convive com pressões de baixa:
Diante desse cenário, a TF Agroeconômica orienta que produtores e cooperativas aguardem para vender após fevereiro de 2026, quando os preços internos podem se firmar. Já os compradores com estrutura e capital são aconselhados a realizar aquisições entre dezembro de 2025 e janeiro de 2026, utilizando o mercado futuro como ferramenta de proteção contra possíveis elevações de preços.
Com tantos fatores atuando simultaneamente, o mercado de trigo requer análise criteriosa e estratégias bem definidas. Tanto produtores quanto compradores devem considerar as oscilações externas, a dinâmica de oferta e demanda local e as ferramentas disponíveis para mitigação de riscos.
Fonte: Portal do Agronegócio
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