Aveia, Trigo e Cevada

Mercado de trigo tem viés de baixa, mas demanda interna e clima nos EUA podem mudar cenário

Tendência do trigo volta a ser de queda, apesar de sinais positivos no mercado interno


Publicado em: 02/06/2025 às 19:20hs

Mercado de trigo tem viés de baixa, mas demanda interna e clima nos EUA podem mudar cenário

De acordo com análise da TF Agroeconômica, os eventos recentes voltaram a pressionar o mercado de trigo para uma tendência de baixa, que deve se manter por mais algum tempo. Apesar disso, o mercado interno apresenta indicadores positivos, como o aumento da demanda por farinha e farelo de trigo. Se essa procura se mantiver consistente, pode haver uma retomada na demanda por grãos a partir de meados de junho.

Problemas climáticos nos EUA impulsionam expectativas de alta

Entre os principais fatores de alta estão as condições desfavoráveis nas lavouras norte-americanas. O trigo de primavera nas Grandes Planícies enfrenta problemas, e o excesso de umidade no sul dos EUA pode atrasar a colheita das variedades de inverno.

As exportações americanas continuam fortes, com 711,4 mil toneladas vendidas na última semana, número que atingiu o limite superior das expectativas do mercado. Além disso, há previsão de redução nos estoques finais dos Estados Unidos para a safra 2025/26, o que também contribui para um possível movimento de alta.

Previsão de quebra na safra brasileira pode elevar preços futuros

No Brasil, rumores cada vez mais fortes de quebra na próxima safra ganham força e podem levar os preços da nova temporada a patamares mais elevados, caso se confirmem. A possibilidade de uma menor oferta interna traz incertezas para os próximos meses e mantém o mercado atento.

Oferta global e fatores internos pressionam os preços no curto prazo

Por outro lado, há pressões importantes que mantêm os preços sob controle no curto prazo. A colheita no Hemisfério Norte está começando e deve adicionar cerca de 315,73 milhões de toneladas ao mercado.

Além disso, os estoques elevados na Austrália, estimados em 8 milhões de toneladas, também contribuem para o cenário de sobreoferta.

No mercado doméstico, o peso vem de diversos fatores:

  • Estoques remanescentes no Rio Grande do Sul, estimados em 357 mil toneladas;
  • Queda no dólar, que torna o trigo importado mais competitivo;
  • Retração na moagem pelas indústrias;
  • Desvalorização do trigo argentino, que pressiona os preços no Mercosul.
Mercado segue atento a riscos futuros

Apesar das pressões de curto prazo, o mercado permanece atento aos riscos que podem alterar o cenário nos próximos meses, especialmente no Brasil. Caso a quebra de safra se confirme, a trajetória dos preços pode se inverter rapidamente, exigindo atenção de produtores, indústrias e investidores.

Fonte: Portal do Agronegócio

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