Aveia, Trigo e Cevada

Mercado de trigo segue travado no Sul do Brasil apesar do avanço da colheita

Negociações estagnadas e resistência de produtores marcam o cenário


Publicado em: 17/10/2025 às 11:05hs

Mercado de trigo segue travado no Sul do Brasil apesar do avanço da colheita
Foto: CNA

O mercado de trigo manteve-se praticamente parado nesta quinta-feira (17), com pouca movimentação entre compradores e vendedores. De acordo com levantamento da TF Agroeconômica, os produtores continuam resistentes aos preços oferecidos, enquanto os moinhos reduzem o ritmo de compra. A lentidão atinge todo o Sul do país, mesmo com a colheita avançando gradualmente.

Rio Grande do Sul: boas condições de lavoura, mas mercado sem negócios

No Rio Grande do Sul, a Emater/RS informou que 2% da área cultivada com trigo já foi colhida, embora agentes do setor considerem esse número otimista. Segundo o relatório, as lavouras apresentam bom desenvolvimento, com 50% na fase de enchimento de grãos e 30% em maturação. O clima tem favorecido o campo, com temperaturas amenas, boa luminosidade e baixa incidência de doenças.

Mesmo assim, as negociações permanecem travadas. Exportadores chegaram a oferecer R$ 1.180 por tonelada no porto, com pagamento previsto para janeiro de 2026, mas os produtores não aceitaram as propostas.

Os moinhos aguardam o recebimento de contratos antigos, e os preços internos seguem próximos de R$ 1.050 nas Missões e R$ 1.070 em Tenente Portela.

Apesar de já terem sido exportadas 190 mil toneladas, o volume é considerado modesto em relação a anos anteriores. Ainda restam cerca de 2,4 milhões de toneladas de trigo gaúcho disponíveis no mercado, o que mantém o setor sob pressão.

Os preços “de pedra” recuaram para a faixa de R$ 60 a R$ 62 por saca.

Santa Catarina: compradores retraídos e preços em leve queda

Em Santa Catarina, o mercado também segue sem negócios expressivos.

Os produtores pedem R$ 1.250 FOB pelo trigo da nova safra, mas os compradores oferecem valores próximos apenas CIF, o que impede o fechamento de contratos.

Os preços pagos aos agricultores variam entre R$ 62 e R$ 70,50 por saca, com leve recuo observado em algumas regiões do estado.

Paraná: chuvas afetam qualidade e pressionam valores

No Paraná, a colheita avança, mas as chuvas recentes comprometeram a qualidade dos grãos em parte das lavouras.

Negócios foram registrados a R$ 1.230 FOB no Sudoeste e R$ 1.250 CIF em Curitiba, segundo a TF Agroeconômica.

Os preços pagos aos produtores recuaram 2,52% na semana, ficando em R$ 64,94 por saca.

Com um custo médio de produção de R$ 74,63 por saca, os triticultores acumulam prejuízo estimado em 13%, reforçando a importância do uso do mercado futuro como ferramenta de proteção de margem.

Fonte: Portal do Agronegócio

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