Publicado em: 12/09/2025 às 10:50hs
O mercado de trigo no Sul do Brasil continua apresentando ritmo lento, com destaque para a concentração de negócios no Rio Grande do Sul. De acordo com a TF Agroeconômica, os moinhos gaúchos seguem abastecidos por compras anteriores e pela menor moagem, o que mantém a retração das negociações.
Os preços FOB oferecidos pelos vendedores no estado estão em R$ 1.380, enquanto os compradores trabalham com propostas próximas a R$ 1.250 para retirada em setembro e pagamento em outubro. No mercado externo, foram confirmados negócios para dezembro a US$ 226 sobre rodas em Rio Grande, equivalentes a cerca de R$ 1.230 conforme o câmbio, com aproximadamente 60 mil toneladas já negociadas.
Em Santa Catarina, o mercado segue praticamente parado, aguardando a colheita, com moinhos também recorrendo ao trigo gaúcho, que chega ao estado a R$ 1.300 CIF/FOB RS. Os preços pagos aos produtores variam: Canoinhas registrou R$ 75 por saca, Chapecó caiu para R$ 72 e Xanxerê subiu R$ 2, alcançando R$ 77.
No Paraná, os moinhos também se abastecem principalmente do trigo do Rio Grande do Sul, com negócios entre R$ 1.300 e R$ 1.320 CIF para panificação. Já as ofertas de trigo novo variam entre R$ 1.400 e R$ 1.450 FOB, patamar próximo ao dos compradores. Além disso, trigo importado do Paraguai e da Argentina segue sendo negociado entre US$ 240 e US$ 274, a depender da safra e do local de entrega.
Os preços pagos aos produtores do Sul subiram 2,16% na semana, atingindo média de R$ 74,63 por saca. O valor está praticamente alinhado ao custo de produção calculado pelo Deral, o que mantém o produtor no ponto de equilíbrio financeiro.
Apesar disso, no mercado futuro chegaram a surgir oportunidades de lucro próximas de 32%. Contudo, com a proximidade da colheita, tanto os preços quanto as margens de ganho tendem a se reduzir.
Enquanto o mercado segue retraído, as lavouras de trigo no Rio Grande do Sul mantêm bom desempenho. Segundo o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, divulgado nesta quinta-feira (11), cerca de 55% das áreas estão no final do ciclo vegetativo, principalmente em fase de alongamento do pseudocaule e desenvolvimento das bainhas foliares. Já 30% estão em floração e 15% em enchimento de grãos.
A entidade destaca que, apesar das dificuldades causadas pela umidade elevada do solo – que atrapalha o manejo fitossanitário e a aplicação de fungicidas preventivos – a sanidade da cultura segue satisfatória.
A Emater/RS-Ascar projeta área cultivada de 1,19 milhão de hectares no estado, com produtividade estimada em 2.997 kg/ha. O potencial produtivo é considerado promissor, favorecido pelo bom estande de plantas e pelas temperaturas amenas que beneficiam o ciclo do trigo.
Ainda assim, os produtores reforçam o monitoramento das fases reprodutivas, devido ao risco de doenças fúngicas que podem comprometer tanto a produtividade quanto a qualidade industrial dos grãos.
Fonte: Portal do Agronegócio
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