Publicado em: 23/10/2025 às 11:40hs
A colheita de trigo segue em ritmos distintos entre os estados do Sul, segundo dados da TF Agroeconômica. No Rio Grande do Sul e no Paraná, os trabalhos já começaram, enquanto Santa Catarina ainda não deu início à colheita. A baixa liquidez no mercado interno e a cautela de moinhos e exportadores refletem a valorização recente do real, que reduz o interesse por novas negociações.
No Rio Grande do Sul, apenas 4% das áreas foram colhidas até o momento. A expectativa é de que os maiores volumes cheguem ao mercado a partir da próxima semana.
Apesar do interesse de moinhos de outros estados, a falta de disponibilidade imediata do produto tem impedido o fechamento de contratos.
Os preços médios no interior giram em torno de R$ 1.000 por tonelada, enquanto produtores pedem valores entre R$ 1.050 e R$ 1.100. No Porto de Rio Grande, o trigo com 12% de proteína foi cotado a R$ 1.170 por tonelada sobre rodas.
Em Santa Catarina, o cenário é de paralisação total. A colheita ainda não começou, e muitos produtores aguardam para definir seus preços — o que, segundo a TF Agroeconômica, é uma estratégia arriscada.
A consultoria alerta que os menores preços do ano costumam ocorrer no período de colheita e recomenda o uso do mercado futuro para garantir margens mais atrativas.
Atualmente, os preços pagos aos produtores catarinenses variam entre R$ 61 e R$ 66 por saca, de acordo com a região.
No Paraná, o trigo argentino recuperou parte das perdas recentes e voltou a ser negociado a US$ 205 por tonelada para dezembro.
No mercado doméstico, as compras seguem em torno de R$ 1.250 CIF nos Campos Gerais e em Curitiba, com negócios pontuais.
No Sudoeste, as vendas ocorrem a R$ 1.230 FOB, enquanto no Norte os preços, entre R$ 1.100 e R$ 1.120, desestimulam os produtores.
A média estadual caiu 0,95% na semana, chegando a R$ 64,32 por saca, valor inferior ao custo de produção estimado pelo Deral (R$ 74,63 por saca), o que amplia as perdas dos triticultores.
Analistas destacam que o mercado de trigo segue pressionado pela baixa liquidez interna, a valorização do real e o avanço ainda tímido da colheita.
A expectativa é de que os preços sigam voláteis nas próximas semanas, especialmente com a entrada de novos volumes no mercado gaúcho e a retomada das exportações.
Fonte: Portal do Agronegócio
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