Aveia, Trigo e Cevada

Mercado de Trigo no Sul do Brasil Registra Ajustes de Preços e Cresce Importação em 2025

Trigo no Sul segue com negócios seletivos e preços ajustados


Publicado em: 11/09/2025 às 11:20hs

Mercado de Trigo no Sul do Brasil Registra Ajustes de Preços e Cresce Importação em 2025

O mercado de trigo no Sul do Brasil apresenta movimentação seletiva, especialmente para o produto gaúcho destinado aos moinhos do Paraná, com leve ajuste nos preços pagos aos produtores. Segundo a TF Agroeconômica, negociações para entrega imediata em Curitiba ocorreram entre R$ 1.300 e R$ 1.320 para trigo comum e R$ 1.500 para trigo branqueador em novembro. Já as ofertas dentro do Rio Grande do Sul giram em torno de R$ 1.400 FOB para trigo branqueador.

No Rio Grande do Sul, a demanda por trigo comum permanece tímida devido às características diferenciadas dos lotes disponíveis. O mercado local se mantém retraído, com preços de R$ 1.380 FOB, enquanto compradores oferecem R$ 1.250 para retirada em setembro com pagamento em outubro. Para exportação, com o dólar cotado a R$ 5,43, o preço subiu levemente para R$ 1.230/ton, com 60 mil toneladas negociadas até o momento. Em Panambi, o preço da pedra recuou para R$ 69/saca.

Em Santa Catarina, o mercado local segue praticamente parado, e os moinhos continuam se abastecendo principalmente de trigo gaúcho a R$ 1.300 FOB. Os preços pagos aos produtores variaram: caíram para R$ 72/saca em Chapecó e Rio do Sul, enquanto subiram para R$ 77/saca em Xanxerê.

No Paraná, os moinhos de Curitiba seguem comprando trigo gaúcho, com negociações de trigo novo entre R$ 1.450 e R$ 1.470 CIF. O trigo importado do Paraguai e da Argentina também apresentou ajustes devido à valorização do dólar. Nos mesmos estados, os preços pagos aos agricultores subiram 2,16%, atingindo R$ 74,63, equilibrando-se com o custo de produção e mantendo o lucro próximo de zero.

Importações de trigo atingem maior volume desde 2007

O Brasil continua ampliando suas importações de trigo em 2025, estimuladas por preços internacionais mais atrativos. Entre janeiro e agosto, o país importou 4,68 milhões de toneladas do cereal, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) analisados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) — volume 2,7% superior ao registrado no mesmo período de 2024.

Apesar de uma queda em agosto, com importações somando 493,23 mil toneladas, o volume acumulado no ano é o maior desde 2007. Nos últimos 12 meses, de setembro de 2024 a agosto de 2025, o total importado chegou a 6,77 milhões de toneladas, aumento de 13,5% em relação ao período anterior.

Segundo pesquisadores do Cepea, a principal razão para o aumento das compras externas é a competitividade do trigo no mercado internacional. “Com preços externos mais baixos, especialmente dos vizinhos sul-americanos, as moageiras brasileiras encontraram uma oportunidade para reforçar seus estoques a custos mais acessíveis”, afirmam os analistas.

O incremento das importações pode aliviar a pressão sobre o abastecimento interno, mas também levanta atenção sobre a competitividade do trigo nacional. Analistas indicam que, dependendo da evolução cambial e da política de preços no mercado interno, o ritmo elevado de compras externas deve se manter até o final do ano.

Fonte: Portal do Agronegócio

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