Publicado em: 11/12/2024 às 11:00hs
O mercado de trigo nos estados do Sul do Brasil enfrenta uma comercialização quase estagnada, com compradores e vendedores adotando posturas cautelosas. A análise da TF Agroeconômica revela que a baixa demanda e as dificuldades de precificação são desafios comuns em Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, onde a oferta de trigo argentino no porto de Rio Grande contribui para a lentidão das negociações.
No Rio Grande do Sul, as vendas para retirada entre dezembro e janeiro seguem travadas. Os vendedores próximos ao porto ou com acesso a transporte ferroviário priorizam o canal de trigo padrão moagem, estimando vendas em torno de 520 mil toneladas. No entanto, as indicações de compradores permanecem tímidas, com valores em torno de R$ 1.300,00 por tonelada na região da Serra para embarques previstos para janeiro e fevereiro, com pagamento em março. Já os moinhos do centro do estado indicam preços em torno de R$ 1.250,00. Apesar da oferta restante de 1,845 milhão de toneladas, o volume é insuficiente para atender à demanda local e de outros estados.
Em Santa Catarina, o mercado segue lento devido à fraca demanda por farinhas. Moinhos indicam preços de R$ 1.350,00 CIF para trigo diferido, mas os vendedores, à espera de preços mais altos, mostram pouca disposição para negociar. A dificuldade em alinhar os custos da matéria-prima com os preços das farinhas agrava o cenário de paralisia. Ainda assim, há um consenso de que os preços podem apresentar alta no médio prazo.
No Paraná, os preços registraram um leve recuo de cerca de R$ 3,00 por saca, mas a redução nos custos de produção mantém uma margem de lucro de 3,66%. Os moinhos indicam preços entre R$ 1.350,00 e R$ 1.400,00, dependendo da localização, mas enfrentam resistência dos vendedores, que preferem negociar para janeiro e fevereiro. Além disso, o trigo gaúcho, ofertado a R$ 1.250,00 FOB, é considerado caro pelos moinhos paranaenses quando somados os custos de frete e ICMS, o que também contribui para a estagnação do mercado.
Embora o mercado apresente desafios significativos, a expectativa de elevação dos preços no médio prazo pode impulsionar as negociações nos próximos meses, especialmente à medida que os ajustes de demanda e oferta ocorram de forma mais equilibrada.
Fonte: Portal do Agronegócio
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