Aveia, Trigo e Cevada

Mercado de trigo no Brasil segue lento entre compradores cautelosos e clima incerto

Negociações de trigo mantêm ritmo moderado


Publicado em: 10/10/2025 às 18:40hs

Mercado de trigo no Brasil segue lento entre compradores cautelosos e clima incerto
Foto: Helton Azevedo

O mercado brasileiro de trigo fechou a semana com negociações pontuais e ritmo lento, refletindo a cautela de produtores e indústrias diante das incertezas climáticas e da aproximação da safra nova.

Segundo o analista de Safras & Mercado, Elcio Bento, mesmo com o bom desenvolvimento das lavouras, “os agentes permanecem reticentes em atuar com maior intensidade, em razão das incertezas climáticas que ainda pairam sobre o ciclo”.

Paraná: mercado lateralizado e colheita avançada

No Paraná, onde mais de 60% da área já foi colhida, os preços indicativos variam entre:

  • R$ 1.200 e R$ 1.250 por tonelada CIF moinho
  • Produtores interessados em vender a partir de R$ 1.250 FOB

Bento explica que essa diferença mantém o mercado lateralizado, já que as indústrias continuam abastecidas e preferem aguardar mais informações sobre a qualidade do trigo e a evolução das cotações.

Rio Grande do Sul: compradores retraídos aguardam safra nova

No Rio Grande do Sul, os compradores estão cautelosos, aguardando que a entrada da nova safra pressione os preços.

As vendas externas seguem em volumes reduzidos, com preço médio de R$ 1.160 por tonelada sobre rodas, com entrega prevista para novembro e dezembro.

Em comparação, Bento destaca que o valor representa uma queda de 6,5% frente a 2024 (US$ 250/tonelada contra US$ 230), mas ainda mantém prêmio de até US$ 10 por tonelada em relação ao trigo argentino, devido à melhor qualidade e vantagem logística do porto de Rio Grande.

Cerrado: equilíbrio frágil e expectativa da safra nova

Nos estados do Cerrado, como Minas Gerais e Goiás, a colheita está praticamente concluída, com mais de 80% da safra comercializada e preços médios em torno de R$ 1.300 por tonelada FOB.

Bento aponta um equilíbrio delicado: “Os compradores esperam a chegada da safra nova para buscar preços menores, enquanto os produtores resistem a negociar devido à incerteza sobre a qualidade final do grão”.

Desenvolvimento das lavouras no Rio Grande do Sul

Segundo o relatório semanal da Emater-RS, divulgado em 9 de outubro:

  • 58% das lavouras estão em enchimento de grãos
  • 18% em maturação fisiológica
  • 20% ainda em espigamento e floração

A colheita está apenas iniciando, com menos de 1% da área cultivada.

O órgão destaca que o potencial produtivo permanece elevado, podendo superar 3.900 kg/ha em lavouras tecnificadas, enquanto áreas menos avançadas apresentam desempenho satisfatório graças à regularidade das chuvas.

Paraná: redução da área plantada e boas condições

De acordo com o Deral/PR, até 6 de outubro a colheita da safra 2024/25 atingiu 60% da área. O plantio ocupou 824,9 mil hectares, 25% menor que os 1,106 milhão de hectares em 2024.

O estado apresenta as seguintes condições das lavouras:

  • Boas: 86%
  • Médias: 13%
  • Ruins: 1%

As fases de desenvolvimento estão distribuídas entre:

  • Floração: 6%
  • Frutificação: 35%
  • Maturação: 59%

Fonte: Portal do Agronegócio

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