O mercado de trigo segue operando com prudência nas principais regiões produtoras do Brasil, refletindo diferentes dinâmicas de oferta e demanda. De acordo com a TF Agroeconômica, o Rio Grande do Sul apresenta lentidão nas negociações, enquanto Santa Catarina exibe boas ofertas e o Paraná enfrenta desafios nas tratativas entre compradores e vendedores.

Rio Grande do Sul: negociação lenta e preços estáveis

No Rio Grande do Sul, os moinhos locais já atenderam suas necessidades para janeiro e iniciaram a avaliação de ofertas para os meses de fevereiro e março. Os preços indicativos para o trigo comum permanecem em R$ 1.250,00 por tonelada no interior, com embarques programados entre 15 de fevereiro e 15 de março e pagamento previsto para a segunda quinzena de março.

Para trigos mais fortes, como o W290 com Estabilidade 10, os preços sobem para R$ 1.300,00 por tonelada. No setor portuário, a capacidade de embarque para janeiro está praticamente esgotada, e o trigo tipo Milling é cotado a R$ 1.370,00 por tonelada para entrega em fevereiro, sem registro de negócios concretizados até o momento. Já o preço por saca na região de Panambi permanece estável em R$ 65,00.

Santa Catarina: valorização acumulada e preços competitivos

Em Santa Catarina, o mercado de trigo apresenta maior competitividade em comparação às importações. Os preços FOB variam entre R$ 1.425,00 e R$ 1.450,00, enquanto os valores pagos diretamente aos produtores oscilam entre R$ 68,00 e R$ 73,00 por saca, dependendo da localidade. Desde o início de dezembro, o estado registra uma valorização acumulada de 18,75%, refletindo a boa oferta regional.

Paraná: negociações travadas e importações em destaque

No Paraná, o mercado mostra baixa movimentação, com vendedores mantendo preços elevados e compradores apresentando ofertas mais baixas. Na região norte do estado, as ofertas giram em torno de R$ 1.500,00 por tonelada, enquanto os compradores indicam valores próximos a R$ 1.450,00.

Nas regiões oeste e sudoeste, os preços são mais competitivos, destacando-se o trigo paranaense de boa qualidade em relação ao gaúcho. Além disso, o Paraná registrou a importação de 90 mil toneladas de trigo, com valores entre US$ 280 e US$ 290 por tonelada, apesar dos custos elevados de demurrage.

O mercado segue atento às variações de oferta interna e às importações, com perspectivas de maior equilíbrio entre preços e demanda nas próximas semanas.