Publicado em: 02/10/2025 às 11:10hs
O mercado de trigo no Sul do Brasil segue pressionado pela combinação de elevada oferta e baixa demanda externa, de acordo com levantamento da TF Agroeconômica. No Rio Grande do Sul, os moinhos já estão abastecidos com estoques da safra anterior e da atual.
Os preços de exportação para dezembro recuaram para R$ 1.180,00 por tonelada, enquanto os embarques somaram apenas 74 mil toneladas, bem abaixo da média histórica, que supera 700 mil toneladas. Além disso, o trigo argentino chegou ao porto de Rio Grande com valores estáveis entre US$ 261 e US$ 269 por tonelada, ampliando a pressão sobre o mercado local. Nesse cenário, os preços pagos aos produtores em regiões como Panambi caíram para R$ 68,00 a saca.
Em Santa Catarina, a colheita da safra ainda não começou, o que impede o avanço das negociações. Mesmo assim, os preços atuais são considerados pouco atrativos, mantendo o mercado praticamente parado.
Alguns moinhos recorrem ao trigo gaúcho ou de outros estados, com ofertas CIF variando de R$ 1.250 a R$ 1.600 por saca. Os valores pagos aos produtores apresentaram queda entre R$ 1,00 e R$ 9,00/saca em diferentes regiões, e as negociações permanecem restritas a volumes reduzidos.
No Paraná, cerca de 53% da safra já foi colhida, sendo que 90% das lavouras apresentam boas condições. Apesar disso, o mercado avança lentamente, já que os produtores consideram os preços pouco satisfatórios.
O trigo para entrega em outubro é cotado a R$ 1.200,00 CIF moinho, enquanto os vendedores pedem entre R$ 1.320 e R$ 1.350. O trigo importado, especialmente da Argentina e do Paraguai, manteve valores estáveis, dificultando novos fechamentos de contratos.
A atualização semanal mostrou queda média de 3,56% nos preços pagos aos triticultores, ampliando o prejuízo diante de um custo de produção estimado em R$ 74,63 por saca.
Apesar da pressão no mercado físico, o cenário futuro ainda oferece oportunidades. Projeções apontam margens de lucro de até 32,1%, reforçando que o momento da venda é decisivo para a rentabilidade dos produtores.
Fonte: Portal do Agronegócio
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