Publicado em: 24/06/2025 às 17:00hs
Nos dias 16 e 17 de junho, a Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) realizou a primeira edição do Giro Abitrigo – Cerrado, evento que reuniu cerca de 45 representantes de moinhos de todo o país na região de Cristalina (GO). Durante o encontro, os participantes visitaram seis propriedades rurais, onde puderam avaliar de perto a qualidade, produtividade e potencial do trigo cultivado no Cerrado.
Segundo Eduardo Assêncio, superintendente da Abitrigo, o evento marcou um avanço para o setor ao proporcionar aos moinhos uma visão clara sobre as lavouras do Cerrado e as oportunidades de negócio. “Isso ajudará os moinhos a se posicionarem estrategicamente, entendendo melhor como conduzir suas operações diante da expansão da oferta de trigo, o que contribuirá para a autossuficiência do Brasil”, afirmou.
A região do Centro-Oeste conta com cerca de 3 milhões de hectares aptos para trigo de sequeiro e 500 mil hectares para trigo irrigado. Em Goiás, a produção estimada para 2024 foi de 350 mil toneladas, com expectativa de ultrapassar 400 mil toneladas em 2025, reforçando a relevância crescente do Cerrado para a produção nacional.
Victor Oliveira, diretor de Suprimentos da Nita Alimentos, destacou a importância do evento para o mercado: “Décadas atrás, o trigo não era uma cultura expressiva no Cerrado, mas hoje cresce ano após ano.” Já Arnei Antônio Fraçon, sócio do moinho Infasa, ressaltou a colheita antecipada e a qualidade do trigo regional, comparável aos importados.
Ruy Zanardi, diretor de Operações da Ocrim, enfatizou a rápida evolução da produção: “Em quatro anos, o Cerrado se consolidou como uma nova fronteira agrícola, com avanços em área cultivada e tecnologia, sendo fundamental para abastecer os moinhos do país.”
O trigo irrigado chamou atenção pela produtividade média de 6,5 a 7 toneladas por hectare, com colheitas escalonadas entre junho e outubro. Essa prática melhora também a qualidade do solo para culturas subsequentes, como a soja.
Jorge Luiz Kolling, produtor local, ressaltou os desafios e aprendizados na produção do trigo. “Estamos adaptando práticas e investindo para crescer.” Juarez Guse Schadeck reforçou a relevância do clima e solo do Cerrado para a cultura e o estímulo do mercado.
Alan Cesar Garcia Guimarães, da Sitari Agronegócio, destacou o impacto do evento para os produtores: “A presença dos moinhos traz confiança e incentiva a expansão da produção.”
Para Eduardo Assêncio, a iniciativa da Abitrigo aproxima produtores e compradores, beneficiando toda a cadeia produtiva: “Os produtores passam a entender o mercado e os tipos de trigo demandados, enquanto os moinhos visualizam o crescimento consistente da produção brasileira e suas perspectivas.”
Fonte: Portal do Agronegócio
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