Aveia, Trigo e Cevada

Indústria do trigo debate competitividade, inovação e autossuficiência no Congresso Internacional da Abitrigo

Congresso reúne especialistas e reforça papel estratégico do setor


Publicado em: 23/10/2025 às 11:45hs

Indústria do trigo debate competitividade, inovação e autossuficiência no Congresso Internacional da Abitrigo

O Congresso Internacional da Indústria do Trigo 2025, realizado de 21 a 22 de outubro no Rio de Janeiro, reuniu especialistas, autoridades e representantes da cadeia moageira nacional e internacional. Com recorde de participantes, o evento abordou temas estratégicos como reforma tributária, inovação tecnológica e autossuficiência do Brasil na produção de trigo, reforçando a importância do setor diante de desafios globais.

O presidente-executivo da Abitrigo, Rubens Barbosa, destacou o engajamento do público e a relevância das discussões para compreender o mercado nacional e internacional. O presidente do Conselho Deliberativo, Daniel Kümmel, reforçou o papel da entidade, que representa 80% da moagem nacional, citando o desempenho de 13,2 milhões de toneladas moídas em 2024 por mais de 150 empresas.

Reforma tributária: impactos e desafios para a cadeia do trigo

Durante o segundo dia do evento, Luiz Renato Hauly e Victor Hugo Rocha, da Destrava Brasil, discutiram os efeitos estruturais da reforma tributária prevista para 2026. Segundo eles, o novo modelo exigirá planejamento e adaptação em toda a cadeia produtiva, com destaque para o papel dos moinhos como articuladores do processo.

“A reforma não é apenas tributária, é estrutural, alterando a dinâmica econômica e exigindo mais eficiência e organização em toda a cadeia”, afirmou Hauly, destacando que o setor precisará se preparar para a mudança de forma estratégica.

Cenário global: geopolítica e economia influenciam o setor

A análise do ambiente internacional foi apresentada pelo cientista político Gustavo Segré e pela economista Zeina Latif, que apontaram os impactos de mudanças geopolíticas e econômicas sobre a produção e comércio de trigo.

Segré destacou o realinhamento político na América Latina e o efeito das decisões dos Estados Unidos sobre a China, com reflexos potenciais nas relações comerciais do Brasil. Latif reforçou que, apesar das incertezas globais, há otimismo moderado, ressaltando a importância da gestão de riscos, diversificação de mercados e reformas estruturais para reduzir vulnerabilidades fiscais e cambiais.

Competitividade e sustentabilidade como pilares do setor

O painel “A Competitividade do Negócio Trigo” discutiu eficiência, gestão e sustentabilidade como fatores centrais para fortalecer o setor. Moderado por Marcelo Vosnika, da Abitrigo, o debate contou com a participação de Irineu Pedrollo (J.Macêdo), André Paranhos (Falconi Consultores) e Glauco Ferreira (Kellanova).

Vosnika apresentou dados do setor: cerca de 150 moinhos, maior concentração no Paraná e Rio Grande do Sul, faturamento anual de R$ 26 bilhões e aproximadamente 30 mil empregos diretos, com ampla cadeia de serviços, insumos e logística.

Paranhos destacou a importância da maturidade em gestão, alinhando cultura organizacional, estratégia comercial e liderança. Pedrollo reforçou a necessidade de eficiência e planejamento estratégico, enquanto Ferreira apontou o potencial do trigo brasileiro como referência global em produção sustentável.

Fonte: Portal do Agronegócio

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