Publicado em: 12/08/2025 às 11:20hs
O Brasil registrou um aumento significativo nas importações de trigo em 2025. Em julho, o volume importado chegou a 616,91 mil toneladas, representando um crescimento de 26,7% em relação a junho do mesmo ano. No acumulado dos últimos 12 meses, entre agosto de 2024 e julho de 2025, foram importadas 6,83 milhões de toneladas, um avanço de 19,9% em comparação ao período anterior.
Apesar do aumento nas compras externas, os preços do trigo no mercado brasileiro permanecem pressionados, acompanhando a tendência de baixa internacional. Para o mercado de exportação em dezembro, o preço caiu para R$ 1.250, influenciado principalmente pela desvalorização do milho no mercado global.
No Rio Grande do Sul, os preços do trigo apresentaram leve alta, mas continuam abaixo do esperado, variando entre R$ 1.280 e R$ 1.350, dependendo da região e das condições de pagamento. As geadas registradas foram pontuais, afetando principalmente áreas tradicionalmente evitadas para o plantio. A maior parte das lavouras está no estágio vegetativo, minimizando os riscos de perdas.
O mercado local permanece lento, com negociações focadas em entregas para setembro. Nos moinhos gaúchos, a moagem está em baixa, com margens apertadas, o que limita as compras ao mínimo necessário. Em Panambi, a saca do trigo ao produtor se manteve em R$ 70.
Em Santa Catarina, o cenário de mercado para o trigo é estável, com moinhos utilizando estoques e realizando compras pontuais para reposição. A oferta excedente do Rio Grande do Sul impede a alta dos preços locais, que estão entre R$ 1.330 e R$ 1.360 FOB.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta uma redução de 6,3% na produção estadual, mesmo com aumento da área plantada. As vendas de sementes caíram 20% e os preços pagos ao produtor variam entre R$ 72 e R$ 79, com valor médio de R$ 75 em Canoinhas.
No Paraná, as geadas foram fracas e concentradas no Sudoeste, sem danos confirmados às lavouras. O mercado spot está praticamente travado, com preços próximos a R$ 1.400 CIF e R$ 1.300 para contratos futuros.
Houve algumas negociações pontuais com trigo paraguaio a R$ 1.440 CIF e trigo argentino a US$ 269 no porto de Paranaguá. O preço médio pago aos produtores paranaenses subiu para R$ 76,04, superando o custo de produção de R$ 72,89, garantindo uma margem de lucro de 4,32%. Contudo, essa margem é inferior àquela de 32,1% observada anteriormente no mercado futuro.
Com a proximidade da colheita, a expectativa do mercado é que os preços e margens de lucro tendam a diminuir. O cenário atual indica que o excesso de oferta e as condições climáticas locais continuam influenciando a dinâmica dos preços no mercado brasileiro de trigo.
Fonte: Portal do Agronegócio
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