Publicado em: 24/10/2025 às 11:45hs
No painel “Do dado ao valor: IA e automação inovando a indústria do trigo”, moderado por Fernando Gibotti, vice-presidente de Varejo e Indústria da Rock Encantech, especialistas discutiram como a tecnologia tem aumentado a eficiência operacional e a flexibilidade das plantas industriais.
Segundo Edson Palorca, gerente de vendas da Haver & Boecker Latinoamericana, a IA já permite a automação de processos, como carregamento a granel, ensacadeiras e selagem de embalagens, trazendo redução de perdas e ganhos concretos para o setor. Já Érica Briones, da Inovação Ninja, reforçou que a ferramenta deve ser usada de forma estratégica para otimizar vendas, logística e precificação, destacando que a IA potencializa a inteligência humana.
O painel “A farinha de trigo no novo mercado de panificação” abordou como novos hábitos de consumo impactam a produção e comercialização de farinhas.
Didier Rosada, da Uptown Bakeries/Red Brick Consulting, destacou que os consumidores estão cada vez mais atentos à saúde, sustentabilidade e personalização. Já Pery Carvalho, da Bioalimentos Consultoria, apresentou o modelo dos “Dois Ds” — diversidade e disponibilidade — indicando que farinhas do futuro serão mais tipificadas e customizadas, atendendo desde padarias artesanais até indústrias automatizadas.
Dados inéditos apresentados por Alexandre Neves, da Seven, mostram que o Brasil possui 70.235 padarias independentes, faturando cerca de US$ 5,12 bilhões ao ano. Entre 2021 e 2024, o setor teve crescimento anual de 10,2%, com previsão de 4,3% nos próximos três anos.
O Sudeste lidera em relevância, seguido pelo Nordeste e Sul. Padarias continuam essenciais no cotidiano brasileiro, reforçando sua importância estratégica dentro do food service.
No painel final, especialistas discutiram fatores que influenciam os preços e a competitividade do trigo.
Pablo Maluenda, consultor, apontou que supersafras globais e guerra comercial entre EUA e China pressionam os preços internacionais para baixo, enquanto a recuperação dependerá de acordos geopolíticos. Elcio Bento, da Safras&Mercado, destacou que os preços internos acompanham referências de importação, influenciadas por cotação externa e câmbio.
Segundo Jorge Lemainski, da Embrapa Trigo, o Brasil possui condições para alcançar autossuficiência e ampliar sua competitividade. Ele reforçou que o trigo nacional pode contribuir para a segurança alimentar global e atuar como uma opção descarbonizante, com impactos positivos econômicos, ambientais e sociais.
Fonte: Portal do Agronegócio
◄ Leia outras notícias