As fortes geadas e chuvas que atingiram o estado do Paraná em 2013 foram os principais responsáveis pela quebra na safra paranaense do cereal. A constatação foi feita pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), que apontou uma quebra superior a 40% em relação a safra anterior. Este cenário acabou retirando do produtor os ganhos previstos.

O potencial produtivo do Estado era de 2,9 milhões de toneladas antes das geadas. No ano passado, o estado produziu 2,1 milhões de toneladas. A estimativa da CONAB, com as poucas áreas que ainda faltam, é de que a produção paranaense não passe de 1,7 milhão de toneladas, recuo de 20% em relação ao ano anterior mesmo com a expansão de 25% no plantio do grão.

O agricultor Roberto Marcon Campara, de Mariópolis, cooperado da CAMISC, perdeu 40% da produção do trigo plantado em 23 alqueires por causa dos problemas climáticos. Apesar disso, o agricultor diz que termina a safra com lucro. “O investimento não foi tão grande e o preço da saca de 60 quilos acabou compensando a perda”, revela o agricultor que registrou 130 sacas por alqueire como média de produção este ano.

No ano anterior, o produtor conta que chegou a colher 200 sacas por alqueire. A diferença de produtividade foi sentida no bolso. “Investimentos deixamos de lado e o pouco lucro obtido preferimos guardar. Com os preços em alta, esperávamos uma boa produtividade já para investir na lavoura de soja”.

Preços – A queda da safra de trigo tem inclusive elevado os preços do produto. Com a falta do cereal no Brasil e na Argentina, a indústria está recorrendo à produção americana para abastecer o mercado interno.

Produção – A estimativa da CONAB é de que o Brasil alcance as 4,7 milhões de toneladas de trigo, o que representa 9% a menos do que na temporada anterior.