Aveia, Trigo e Cevada

Chuvas intensas colocam safra de trigo gaúcha em alerta e travam o mercado no Paraná

Instabilidade climática prejudica a qualidade dos grãos no Rio Grande do Sul, enquanto produtores enfrentam queda de preços e margens negativas no Paraná


Publicado em: 30/10/2025 às 11:20hs

Chuvas intensas colocam safra de trigo gaúcha em alerta e travam o mercado no Paraná
Clima instável preocupa produtores no Rio Grande do Sul

A safra de trigo no Rio Grande do Sul entrou em estado de alerta diante do excesso de chuvas e da deterioração da qualidade dos grãos colhidos. De acordo com análise da TF Agroeconômica, os volumes acumulados de precipitação variam entre 30 e 80 milímetros, e a previsão indica tempo instável até pelo menos 6 de novembro, o que mantém a colheita em ritmo lento e aumenta as incertezas sobre a recuperação da qualidade do cereal.

Apesar da valorização registrada nas bolsas internacionais de Chicago e Matif, o mercado físico brasileiro segue sem reação. A consultoria aponta que os prêmios FOB Golfo caíram devido à fraqueza nas exportações e ao avanço do plantio de trigo de inverno nos Estados Unidos, o que reduziu a atratividade das negociações externas.

Preços no Rio Grande do Sul seguem pressionados

No mercado interno, os moinhos gaúchos têm pago cerca de R$ 1.100,00 por tonelada nas regiões da Serra e Metropolitana, enquanto nas áreas produtoras o valor máximo não ultrapassa R$ 1.000,00 no FOB.

No Porto de Rio Grande, o trigo destinado à exportação é cotado a R$ 1.170,00 por tonelada sobre rodas, o que equivaleria a preços entre R$ 1.000,00 e R$ 1.020,00 no interior. Nas negociações locais, conhecidas como “pedra”, os valores continuam em leve queda, com R$ 59,00 por saca em Santa Rosa e R$ 60,00 em Panambi.

Santa Catarina inicia safra com preços elevados

Em Santa Catarina, as primeiras ofertas de trigo da safra 2025 chegaram ao mercado com preços considerados altos — R$ 1.250,00 FOB em Xanxerê. A TF Agroeconômica destaca, no entanto, que há alternativas mais competitivas vindas de outros estados, como Rio Grande do Sul, com ofertas a R$ 1.080,00 FOB mais R$ 180,00 de frete, e São Paulo, com valores de R$ 1.250,00 CIF.

Os moinhos catarinenses estão oferecendo entre R$ 1.130,00 e R$ 1.150,00 CIF, enquanto os preços pagos aos produtores permanecem estáveis, variando de R$ 61,00 a R$ 65,00 por saca, conforme a região.

Mercado paranaense travado e margens negativas

No Paraná, o mercado segue paralisado, com compradores ofertando R$ 1.250,00 CIF para entrega em novembro e pagamento em dezembro. O trigo importado da Argentina e do Paraguai mantém vantagem competitiva, cotado entre US$ 258 e US$ 260 no Porto e US$ 245 CIF Curitiba.

Segundo a TF Agroeconômica, o preço médio pago aos produtores paranaenses recuou 0,29% na semana, atingindo R$ 64,14 por saca. Com o custo de produção em R$ 74,63, o prejuízo médio chega a -14,06%.

Apesar do cenário adverso, a consultoria destaca que o mercado futuro chegou a oferecer margens positivas de até 32,1%, reforçando a importância de estratégias como travas de preço antecipadas para reduzir riscos e proteger a rentabilidade do produtor.

Fonte: Portal do Agronegócio

◄ Leia outras notícias