Aveia, Trigo e Cevada

Chuvas intensas atrasam plantio do trigo no Rio Grande do Sul e preocupam produtores

Umidade excessiva compromete o calendário do trigo no RS


Publicado em: 17/06/2025 às 19:00hs

Chuvas intensas atrasam plantio do trigo no Rio Grande do Sul e preocupam produtores

As chuvas frequentes e o solo encharcado das últimas semanas têm dificultado o avanço do plantio de trigo no Rio Grande do Sul. Segundo o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, divulgado na quinta-feira (12), apenas 12% da área prevista foi semeada até o momento. Em algumas regiões, os altos volumes de chuva chegaram a provocar erosão. Com o solo ainda muito úmido e a nebulosidade persistente, o desenvolvimento das lavouras segue estagnado. A expectativa é de retomada mais intensa do plantio assim que as condições climáticas se tornarem mais favoráveis.

Fronteira Oeste enfrenta dificuldades, mas retoma plantio aos poucos

Na região administrativa da Emater de Bagé, apesar da ausência de chuvas significativas, a alta umidade do solo impediu o avanço do plantio até 4 de junho. A partir do dia 5, os trabalhos foram retomados em municípios da Fronteira Oeste. Destaques por localidade:

  • Maçambará: 20% dos 14.830 hectares previstos já foram semeados. A dessecação e o plantio devem avançar com tempo seco e uso de máquinas de grande porte.
  • Manoel Viana: plantio segue lento, com apenas 10% da área cultivada.
  • Itacurubi: semeadura chegou a 20%.
  • São Borja e São Gabriel: excesso de umidade ainda impede o avanço das operações.
  • Campanha: sem plantio até o momento; produtores aguardam o mês de julho para iniciar as atividades com o preparo do solo e dessecação.
Região de Caxias do Sul adia início do plantio

Mesmo em municípios com menor altitude, o plantio foi adiado devido à umidade excessiva do solo. A expectativa é de início das atividades nos próximos dias, conforme as condições de campo melhorem.

Erechim e Frederico Westphalen iniciam os trabalhos com limitações

Erechim: início do plantio já ocorreu, mas os agricultores aguardam melhores condições de solo para avançar.

Frederico Westphalen: solo muito úmido no início do mês e novas chuvas no dia 4 de junho interromperam os trabalhos. Apenas 11% da área foi semeada. O desenvolvimento inicial das lavouras é limitado pela baixa luminosidade.

Ijuí e Passo Fundo: plantio avança de forma pontual

Ijuí: 8% da área semeada, principalmente em 2 de junho, nas regiões menos impactadas pelas chuvas. Nas áreas com melhor infiltração, a emergência das plantas é uniforme. Já em solos compactados, há irregularidades, erosão e assoreamento dos sulcos.

  • Passo Fundo: áreas destinadas ao trigo estão em fase de dessecação.
Pelotas e Santa Maria avançam com os primeiros plantios
  • Pelotas: plantio iniciado, com aproximadamente 20% da área prevista já semeada. Os preparativos e negociações para aquisição de insumos seguem em andamento.
  • Santa Maria: poucas áreas iniciaram o plantio. No município, 280 hectares foram cultivados (20% da área esperada). As lavouras estão em germinação e início do desenvolvimento vegetativo. Em Pinhal Grande, os trabalhos também já começaram, com previsão de cultivo em 1.500 hectares.
Santa Rosa tem atraso em relação a 2023

Na região de Santa Rosa, apenas 17% da área prevista foi implantada, em contraste com os 57% registrados no mesmo período de 2023. A baixa insolação entre a segunda quinzena de maio e o início de junho dificultou as operações de dessecação. Produtores avaliam a possibilidade de dessecação total para viabilizar o plantio. Há previsão de intensificação das atividades nos próximos dias, com adubação nitrogenada e controle de plantas daninhas. Casos de erosão em sulcos foram registrados devido às chuvas.

Soledade: umidade dificulta acesso das máquinas

Na região de Soledade, o excesso de umidade ainda limita os avanços da semeadura, dificultando o tráfego de máquinas nas lavouras. Até agora, 15% da área foi plantada. As áreas já implantadas apresentam boa germinação e emergência. A previsão de tempo firme nos próximos dias deve impulsionar o ritmo do plantio.

O excesso de chuvas e a umidade persistente em grande parte do território gaúcho têm atrasado significativamente o calendário de plantio do trigo em 2024. Em várias regiões, o progresso ainda é limitado, mas os produtores seguem atentos às previsões meteorológicas, prontos para intensificar as operações tão logo o clima permita.

Fonte: Portal do Agronegócio

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