Aveia, Trigo e Cevada

Biotecnologia impulsiona produtividade do trigo no Sul do Brasil

Produtores adotam soluções biológicas para enfrentar clima instável e doenças


Publicado em: 12/12/2025 às 15:00hs

Biotecnologia impulsiona produtividade do trigo no Sul do Brasil

No Sul do Brasil, região tradicionalmente conhecida pela produção de trigo, produtores enfrentam um cenário de clima instável, manejo mais exigente e aumento dos custos de produção. Para reduzir perdas e fortalecer o solo, as biotecnologias vêm ganhando espaço na triticultura, oferecendo soluções que aumentam a produtividade e melhoram a qualidade dos grãos.

Desde 2016, a Superbac realiza ensaios na região, com resultados que indicam aumento médio de 1,5 saca por hectare, desenvolvimento radicular mais robusto e melhor aproveitamento dos nutrientes.

Paraná e Rio Grande do Sul lideram produção nacional

O Paraná e o Rio Grande do Sul concentram cerca de 85% da produção nacional de trigo, segundo dados do IBGE. Nessas áreas, os fatores naturais — como inverno frio ou ameno, boa disponibilidade hídrica e solos férteis — historicamente favorecem a cultura.

Apesar disso, os produtores enfrentam desafios crescentes, como maior pressão de patógenos, presença de plantas daninhas resistentes e a necessidade de manejo nutricional preciso para manter altas produtividades.

Bioinsumos transformam o manejo do trigo

De acordo com Victor Augusto Zanellato de Souza, engenheiro agrônomo da Superbac, a adoção de bioinsumos, como fertilizantes biotecnológicos e biodefensivos, tem ajudado os produtores a enfrentar essas dificuldades.

“Os fertilizantes biotecnológicos aumentam a eficiência da nutrição e promovem a formação de raízes mais profundas. Já os biodefensivos atuam no controle biológico de nematoides e patógenos, reduzindo a pressão de doenças nos momentos críticos do ciclo”, explica Souza.

Além dos ganhos produtivos, a utilização dessas tecnologias melhora a estrutura do solo, aumenta a atividade microbiana e reduz a dependência de insumos químicos tradicionais.

Mercado de biodefensivos em expansão

O mercado brasileiro de biodefensivos cresce rapidamente, com estimativa de movimentar cerca de R$ 3,8 bilhões e expansão anual de 15%. Para os produtores de trigo do Sul, isso representa maior estabilidade do solo e oportunidades de elevar a produtividade mesmo em condições adversas.

Resultados dos ensaios da Superbac

Nos 79 ensaios conduzidos pela Superbac, os efeitos das soluções biológicas foram evidentes: plantas com sistema radicular mais desenvolvido, maior vigor desde o início da cultura e melhor aproveitamento de nutrientes. O resultado médio observado foi de 1,5 saca/ha a mais em produtividade.

“Os benefícios são perceptíveis já na primeira safra, principalmente na fase inicial, quando o estabelecimento radicular é determinante. O uso contínuo potencializa os efeitos devido ao acúmulo de atividade biológica no solo”, destaca Souza.

Além disso, houve impacto positivo na qualidade dos grãos, com melhorias na fisiologia das plantas e no perfil físico-industrial do produto final.

Desafios persistem na triticultura

Apesar dos avanços, o cultivo de trigo no Sul ainda enfrenta desafios: clima instável com geadas, chuvas mal distribuídas e secas pontuais; pragas e doenças em crescimento; resistência de plantas daninhas; volatilidade de preços e alta exigência técnica.

Segundo Souza, a biotecnologia oferece duas contribuições principais:

  • Regeneração do solo – impulsiona a atividade microbiana, fortalece a resiliência das plantas e cria um ambiente mais fértil e produtivo.
  • Sustentabilidade e eficiência – diminui a dependência de químicos, melhora o aproveitamento de insumos e garante lavouras mais equilibradas e rentáveis.

Para o engenheiro agrônomo, a biotecnologia não é apenas um complemento, mas uma parte central da estratégia para produtividade, qualidade e competitividade da triticultura no Brasil.

Fonte: Portal do Agronegócio

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