Publicado em: 28/03/2022 às 17:00hs
A parceria entre Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural, Cooperativa Regional Agropecuária Vale do Itajaí (Cravil) e Pamplona Alimentos resultou em uma movimentação financeira de R$ 50 milhões, além da redução na dependência de milho e do aumento na renda de quem produz. As informações foram apresentadas pelo secretário Altair Silva durante reunião da Câmara de Desenvolvimento da Agroindústria da Fiesc nesta quinta-feira, 24.
“Estamos compartilhando esse case de sucesso em todas as regiões de Santa Catarina para começarmos a diminuir a dependência da importação de milho de outros estados e países. O avanço no Programa de Cereais de Inverno dará uma solidez para a cadeia produtiva, trazendo ainda uma renda extra para os agricultores. Em 2022, vamos investir R$ 10 milhões para apoiar o plantio de mais de 20 mil hectares de trigo, triticale, aveia e centeio destinados à fabricação de ração e produção de silagem. Com a união de esforços de toda cadeia produtiva nós podemos transformar a realidade do agronegócio catarinense”, destaca o secretário da Agricultura Altair Silva.
Em Rio do Sul, toda a produção de cereais de inverno dos 400 produtores ligados à Cravil foi comercializada com a Pamplona Alimentos. Foram 250 mil sacas de trigo e triticale produzidas em áreas que antes ficavam ociosas e que se transformaram em ração animal, reduzindo a demanda por milho. O presidente da Cooperativa, Harry Dorow, explica que houve uma grande evolução no último ano, com o envolvimento de produtores e técnicos foi possível chegar a uma colheita muito superior ao que era esperado.
“O plantio seria para 150 mil sacas e nós acabamos recebendo 250 mil sacas. Para 2022, esse volume deve crescer substancialmente, até em função da estiagem que tivemos e muito milho acabou não dando rendimento para os agricultores. Essas áreas com certeza serão plantadas com cereais de inverno e nós já estamos preparando tudo para iniciar o fornecimento de insumos para os associados. Nós acreditamos num crescimento que pode chegar a 400 mil sacas na próxima safra”, afirma Dorow.
Se de um lado o produtor obteve uma fonte extra de renda, do outro as agroindústrias reduziram os custos e se tornaram mais competitivas. A diretora presidente da Pamplona, Irani Pamplona Peters, ressalta que o Projeto atende uma necessidade urgente das cadeias produtivas de aves, suínos e leite. “Em Santa Catarina nós produzimos menos da metade do milho que consumimos e o produtor catarinense é trabalhador, nossas terras são bem aproveitadas, com tecnologia e apoio da Epagri e das cooperativas. Não tem erro. Os animais precisam se alimentar e nós precisamos plantar. Esse experimento foi excelente. A Pamplona está muito feliz com essa parceria e isso pode acontecer também em outros municípios”.
Os resultados do Projeto de Incentivo ao Plantio de Cereais de Inverno podem ser vistos na prática na região de Rio do Sul. As estimativas apontam que a produção de trigo e triticale para fabricação de ração gerou um movimento econômico de R$ 50 milhões para o município, recursos que antes seriam utilizados para importação de milho e destinados para outros estados.
“Eu olho isso como uma semente que foi plantada em Santa Catarina e que será uma política de Estado consolidada, trazendo uma alternativa de renda para o produtor, benefício para a agroindústria e movimentação econômica para o município. Só na região de Rio do Sul, o Programa viabilizou um movimento econômico de R$ 50 milhões, num período que antes não se tinha nada. Então gera um reflexo em toda cadeia. O recurso que poderia ir para outros estados agora circula na região”, ressalta o secretário adjunto Ricardo Miotto.
A ação faz parte do Programa Terra Boa e este ano contará com R$ 10 milhões em investimentos. A intenção é incentivar o plantio de mais de 20 mil hectares de trigo, triticale, aveia e centeio destinados à fabricação de ração e produção de silagem.
A Secretaria da Agricultura dará uma subvenção de R$ 300 por hectare efetivamente plantado com cereais de inverno, num limite de 10 hectares por produtor. Os produtores rurais devem procurar as cooperativas agropecuárias participantes do Programa para manifestar o interesse em fazer a semeadura de cereais de inverno. As cooperativas e casas agropecuárias fornecem sementes e insumos para o plantio e o produtor realiza o pagamento ao final da safra, quando entrega os grãos e recebem o subsídio por hectare cultivado.
Os grãos entregues pelos produtores às cooperativas são destinados às agroindústrias e fábricas de ração instaladas no Estado. Além disso, haverá uma cota de recursos disponíveis para o incentivo à produção de silagem com cereais de inverno nas propriedades rurais.
Fonte: Secretaria de Estado da Agricultura, Pesca e Desenvolvimento Rural de SC
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