Arroz

Semeadura do arroz avança lentamente no Rio Grande do Sul com menor área prevista para 2025/2026

Chuvas irregulares e umidade elevada atrasam plantio; IRGA projeta queda na produção e na área cultivada


Publicado em: 14/10/2025 às 11:25hs

Semeadura do arroz avança lentamente no Rio Grande do Sul com menor área prevista para 2025/2026
Foto: Fagner Almeida
Plantio de arroz atinge apenas 12% da área projetada

A semeadura do arroz no Rio Grande do Sul avançou de forma lenta nesta safra 2025/2026, atingindo apenas 12% da área prevista, segundo o Informativo Conjuntural da Emater/RS, divulgado na quinta-feira (9).

O boletim aponta que a irregularidade das chuvas e a elevada umidade do solo dificultaram o preparo das áreas e o andamento do plantio. “Nos períodos de tempo firme, há retomada gradual das atividades, especialmente nas áreas com melhor drenagem e estruturação”, informou a instituição.

Impacto da redução de preços e uso de insumos

A Emater destacou que a redução nos preços de comercialização tem limitado o uso de insumos e a capacidade de investimento do produtor, afetando a sustentabilidade econômica do setor. Essa conjuntura contribui para o ritmo mais lento do plantio em diversas regiões do estado.

Projeções do IRGA para a safra 2025/2026

De acordo com o Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA), a safra 2024/2025 de arroz irrigado terminou com produção de 8.762.370 toneladas, em 970.216 hectares, alcançando produtividade média de 9.044 kg por hectare.

Para a safra 2025/2026, a previsão indica:

  • Área plantada: 920.081 hectares, queda de 5,17%
  • Produtividade média: 8.752 kg/ha
  • Produção estimada: 8.052.213 toneladas, redução de 8,10%
Diferenças regionais no avanço do plantio

Fronteira Oeste (Bagé e arredores)

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, o excesso de umidade atrasou significativamente os trabalhos. Até o momento, apenas 6 mil hectares foram semeados, contra 85 mil hectares no mesmo período do ano passado. Diversas propriedades próximas aos rios Uruguai, Ibicuí e Itu continuam alagadas ou com acesso restrito. A estimativa é de redução de até 10% da área cultivada devido às condições meteorológicas e às dificuldades financeiras.

Em São Gabriel, o plantio em sistema pré-germinado já alcançou 70% da área prevista, enquanto na Campanha o plantio avança de forma pontual, concentrado em propriedades com melhor infraestrutura.

Região de Pelotas

O plantio é mais acelerado, com 34% da área total semeada, beneficiado por períodos de sol e temperaturas mais altas, que favoreceram o preparo do solo e a construção de taipas e marachas. As chuvas registradas em 4 e 5 de outubro (entre 15 mm e 103 mm) ajudaram a manter a umidade sem prejudicar as operações.

Região de Santa Maria

O plantio iniciou, mas chuvas excessivas atrasaram o avanço, especialmente em Cacequi, onde apenas 5% da área prevista foi semeada. Danos em estradas e pontes elevam os custos operacionais e dificultam o transporte de máquinas e insumos.

Região de Santa Rosa

As lavouras permanecem suspensas devido à saturação do solo, impedindo o tráfego de maquinário. Produtores demonstram preocupação com a sobreposição do plantio de arroz e soja, que pode gerar competição por mão de obra e logística durante a colheita.

Região de Soledade

O plantio inicial avançou, alcançando 10% da área prevista. O clima mais estável permitiu o início das semeaduras em sistema pré-germinado e em solo seco, com boa emergência e plântulas vigorosas. A janela de semeadura segue aberta até dezembro, conforme o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc).

Perspectivas e estratégias para a safra

Apesar do ritmo lento, os produtores seguem o planejamento técnico, priorizando áreas com melhor drenagem. A expectativa é que, com períodos de tempo firme e manejo adequado, a safra possa se recuperar parcialmente, mesmo diante da redução da área e das dificuldades financeiras.

Fonte: Portal do Agronegócio

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