Publicado em: 12/12/2025 às 20:00hs
O mercado brasileiro de arroz encerrou mais uma semana com pouca movimentação e liquidez mínima, sem indícios de reversão no curto prazo. Segundo o analista e consultor da Safras & Mercado, Evandro Oliveira, o setor segue sem força compradora, com preços apenas nominais e negociações pontuais.
“As negociações continuam pontuais e sem força, com preços estritamente nominais e sem qualquer sinal consistente de reversão no curto prazo”, destacou o especialista.
Os valores do arroz padrão indústria permanecem entre R$ 48 e R$ 50 por saca de 50 kg, enquanto o grão nobre é negociado entre R$ 55 e R$ 57. A estagnação dos preços é resultado do excesso de oferta interna, demanda fraca e da lentidão do varejo na recomposição de estoques.
A média da saca no Rio Grande do Sul — principal estado produtor — foi cotada a R$ 52,54 no dia 11 de dezembro, sem variação em relação à semana anterior. Na comparação com o mês passado, houve queda de 2,24%, e frente a 2024, a desvalorização chega a 48,46%.
Apesar do cenário interno desaquecido, as exportações continuam sendo o principal fator de sustentação do setor. O câmbio, com o dólar cotado em torno de R$ 5,40, mantém a competitividade do arroz brasileiro no mercado internacional, especialmente nos portos do Rio Grande do Sul, onde o arroz em casca é negociado abaixo de US$ 11 por saca.
“Essa condição mantém as exportações como o eixo central de sustentação operacional do setor”, observou Oliveira.
Nos últimos dias, foram embarques relevantes:
Além disso, a segunda quinzena de dezembro deve registrar o envio de mais 27 mil toneladas de arroz em casca para a Costa Rica.
Mesmo com o ritmo firme das exportações, o impacto sobre o mercado doméstico é restrito. A presença de importações contínuas, o baixo consumo interno e o alto volume de estoques mantêm o ambiente de pressão sobre preços e margens industriais.
“Do ponto de vista macroestrutural, o mercado segue sem gatilhos reais de mudança”, avaliou o consultor.
Para Evandro Oliveira, o mercado de arroz enfrenta um cenário estruturalmente desafiador, no qual as exportações não conseguem corrigir o desequilíbrio interno. A combinação de altos custos de produção, endividamento, burocracia e concorrência desleal com importados mantém o ambiente sem espaço para reações sustentáveis.
“A pressão combinada de custos, endividamento, burocracia e concorrência desleal com importados mantém o ambiente carregado e sem espaço para reações sustentáveis”, concluiu.
Fonte: Portal do Agronegócio
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