Publicado em: 22/08/2025 às 19:20hs
O mercado brasileiro de arroz segue sob forte pressão baixista, impulsionado pela ampla oferta disponível e pela demanda interna ainda fraca. Segundo o analista e consultor da Safras & Mercado, Evandro Oliveira, “os preços do arroz em casca continuam em queda, refletindo a dificuldade das indústrias em escoar o grão beneficiado no mercado interno”.
Essa dinâmica tem gerado um impasse entre compradores e produtores. Oliveira destaca que há duas estratégias predominantes no campo: enquanto alguns produtores adotam postura cautelosa e retêm estoques à espera de melhores preços, outros liberam lotes adicionais para gerar caixa e garantir o custeio da safra 2025/26.
No entanto, a retenção de estoques pode se tornar arriscada, elevando o risco de prolongamento do ciclo de baixa para os preços do arroz em 2026.
No setor de exportações, há movimentação, mas os volumes ainda são insuficientes para compensar o excesso interno. O line up mais recente aponta embarques de 11 mil toneladas de arroz quebrado para os Países Baixos e 27 mil toneladas de arroz em casca para a Costa Rica, com saída prevista até o fim do mês. “Apesar de positivos, esses volumes não conseguem equilibrar o excesso de produto no mercado interno”, observa Oliveira.
Segundo o consultor, o mercado de arroz vive um momento decisivo: a continuidade da pressão baixista pode prolongar o período de margens reduzidas, enquanto instrumentos de política pública e a manutenção das exportações, mesmo que em volumes limitados, surgem como medidas essenciais para amenizar impactos imediatos e evitar uma crise estrutural mais profunda na cadeia orizícola.
No Rio Grande do Sul, a média da saca de 50 quilos de arroz (58/62% de grãos inteiros, pagamento à vista) encerrou o dia 21 de julho em R$ 69,18, queda de 0,81% em relação à semana anterior. Em comparação ao mês anterior, houve alta de 1,07%, mas em relação a 2024, o recuo acumulado atinge 41,81%.
Fonte: Portal do Agronegócio
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