Publicado em: 14/07/2025 às 10:20hs
O mercado brasileiro de arroz atravessa um momento de estabilidade relativa, sustentado principalmente por dois elementos: a retenção da oferta por parte dos produtores e o desempenho favorável das exportações. A análise é de Evandro Oliveira, consultor da Safras & Mercado.
Segundo o especialista, mesmo com o volume de negócios abaixo do ideal, a ausência de vendedores no mercado físico — causada tanto pela expectativa de preços melhores quanto pela frustração com as cotações atuais — tem evitado novas quedas e mantido os preços ligeiramente acima do valor mínimo de garantia.
Por outro lado, o varejo segue sem tração. Grandes redes varejistas têm adotado estratégias agressivas de liquidação de estoques, oferecendo pacotes de arroz Tipo 1 (5 kg) por menos de R$ 10 em diversas regiões do Rio Grande do Sul. Esse cenário revela um descompasso entre os preços praticados nas gôndolas, os custos de produção e os valores negociados entre produtores e a indústria beneficiadora.
A lentidão nas vendas e o desafio de repassar os custos ao consumidor final têm mantido as ofertas de compra pelas beneficiadoras em níveis baixos, mesmo com a menor pressão vendedora por parte dos produtores.
Nesse contexto, as exportações têm se destacado como uma válvula de escape importante para o reequilíbrio do mercado interno. Julho já apresenta um desempenho mais robusto nas vendas externas, com potencial para gerar novo superávit na balança comercial do setor.
De acordo com Oliveira, além dos embarques já agendados até o fim do mês, circulam rumores sobre novas cargas de arroz em casca sendo negociadas para agosto e setembro, especialmente com países da América Latina.
Na última quinta-feira (10), o preço médio da saca de 50 kg de arroz no Rio Grande do Sul (com 58/62% de grãos inteiros e pagamento à vista) fechou em R$ 67,19, o que representa uma alta de 2% na comparação semanal. Porém, em relação ao mesmo período do mês anterior, houve queda de 0,60%, e no acumulado do ano, a desvalorização já chega a 42,03%.
Fonte: Portal do Agronegócio
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