Publicado em: 09/12/2025 às 18:40hs
A safra 2024/25 de arroz no Rio Grande do Sul avança em um cenário de oferta elevada e necessidade urgente de escoamento da produção. De acordo com Sergio Cardoso, diretor de operações da Itaobi Representações, o ciclo anterior foi concluído com 927.885 hectares semeados, número próximo da intenção inicial, apesar das dificuldades enfrentadas na recuperação das áreas afetadas pelas enchentes.
Na temporada atual, o estado já contabiliza 849.111 hectares plantados, o que representa cerca de 92% da área prevista. Mesmo com a redução em relação à safra anterior, o mercado convive com estoques elevados em todo o Mercosul, ampliando a disponibilidade de produto no curto prazo e pressionando os preços internos.
A combinação entre alta oferta, demanda doméstica estável e custos financeiros crescentes tem desafiado a indústria orizícola e os operadores do setor. Diante desse cenário, empresas precisam girar o capital com mais rapidez, sem condições de manter estoques por períodos prolongados.
Segundo Cardoso, a exportação de arroz, antes vista como uma alternativa estratégica, passa a ser uma necessidade imediata para equilibrar o mercado. “Com os volumes disponíveis, será essencial um esforço conjunto entre produtores, indústrias, corretores, operadores portuários e tradings para acelerar os embarques já no primeiro semestre”, destaca.
O mercado interno não tem capacidade para absorver a atual produção em curto prazo. Sem o avanço das vendas externas, o ajuste de preços tende a ser lento, o que pode manter margens comprimidas ao longo dos próximos meses.
A agilidade no escoamento do arroz por meio das exportações é vista como a principal saída para reorganizar o mercado, aliviar a pressão financeira sobre as indústrias e restabelecer previsibilidade para toda a cadeia produtiva.
Para que esse movimento ocorra com eficiência, o setor precisa de logística integrada, linhas de crédito adequadas e condições cambiais favoráveis. O dólar mais valorizado tende a estimular as exportações, aumentando a competitividade do produto brasileiro no exterior.
A mobilização rápida entre os agentes da cadeia será fundamental para garantir que o Brasil aproveite o momento de alta oferta, consolidando sua posição como um dos principais exportadores de arroz do Mercosul e reduzindo os impactos da pressão interna sobre os preços.
Fonte: Portal do Agronegócio
◄ Leia outras notícias